O primeiro teatro fora uma comédia grega — A revolução das mulheres*. Em seguida, foram as danças, a primeira foi o tango, depois o frevo e, por fim, a latina, o estilo preferido de Carmela.
A jovem se animou e apertou a mão de seu companheiro. Não havia nada mais caliente do que uma mulher que sabia dançar e mexer o quadril de forma leve e solta. Carmela não perderia a oportunidade de seduzir Travis.
— Me concede essa dança? — ela estende uma das mãos ao rapaz que a encara com um sorriso de lado um pouco nervoso.
— Não. Você não vai me fazer passar por essa vergonha. Eu não sei dançar e não tem ninguém dançando.
— Qual é? É só uma dança, não estamos cometendo um crime. Eu te ensino. — piscou lhe oferendo um sorriso sensual.
— Carmela, por favor...
—Vem logo! — puxou sua mão e o foi coordenando.
Carmela cruzava as pernas diante das de Travis que permanecia imóvel, um pouco constrangido.
— Vamos, me acompanhe. Pense que estamos sozinhos.
De mãos dadas um de frente para o outro, Carmela começa a movimentar o quadril e a dar os primeiros passos. Travis, por sua vez, prestando atenção no movimento da moça, acaba por fazer igual, no sentido contrário, dando então, seus primeiros passos.
— Mexa esse quadril — ela segura com as duas mãos o quadril do rapaz forçando o a se mexer.
Quando percebe que ele está mais solto, Carmela vira-se de costas a ele pegando suas mãos e levando para sua cintura, ela começa seu rebolado. Travis vai a loucura com todo o seu gingado, e como se a moça a sua frente fosse a adrenalina de que precisava, começou a se empolgar.
Os dois acabaram chamando a atenção do resto do público. Os olhares se revezavam, ora no palco, ora no casal cujo espetáculo estava no meio do povo. Cassandra, Marcus e Dom acompanhavam a desenvoltura da moça, e não precisava ser muito esperto para saber o que se passava na cabecinha de cada um, exceto Dom, é claro, afinal, os olhos do caçula do Connor estava no rebolado de Travis.
Assim que a música cessou e os aplausos tornaram-se estrelas, Marcus aproximou-se de Carmela se apresentando e lhe oferecendo um cartão.
— Com licença — Marcus acenou para Travis e sorriu para Carmela. Pegou uma das mãos da moça e depositou um beijo casto. — A senhorita estava radiante. Uma verdadeira estrela. Uma mulher apta a ocupar os palcos de Red Blush.
— Ah! Imagina. Isso é apenas um hobby.
— Um dom, eu diria. Deixe de modéstia, você tem talento e posso fazê-la conquistar o mundo. Veja, vou lhe deixar meu cartão a você. Me ligue se quiser transformar seu hobby em uma profissão. Garanto que não vai se arrepender.
Carmela pegou o cartão nas mãos de Marcus e soltou um sorriso tímido ao mesmo tempo animado. Poderia ser uma oportunidade de pagar sua mãe pelo dinheiro "emprestado" e para viver a vida após sua vingança. Sem contar que, com as informações de Travis, ela poderia muito bem chegar mais perto de sua segunda vítima.
— Eu agradeço. Prometo que pensarei com carinho.
Marcus sorriu satisfeito se despedindo dos dois.
— Ainda bem que você não vai aceitar o convite dele. Com certeza onde você está é bem melhor. — disse Travis a Carmela a caminho do automóvel.
— Qual é o seu problema com aquele lugar?
— Ora, problema nenhum, mas é que uma mulher fina como você não combinaria nem um pouco em um lugar como aquele.
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Red Blush - O cabaré
RomanceO cabaré mais requisitado do México entra em crise e o acordo entre Aurora e Marcus Connor está por um fio. Desesperada, Aurora busca consolo em sua irmã mais nova e da ajuda de seu amigo Willian Connor, mas não é suficiente. A situação está cada ve...