Capítulo 3

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Puxo uma roupa casual e saio do meu quarto. Ambas estão na cozinha a preparar o pequeno-almoço. A minha mãe faz sempre questão que o pequeno almoço seja em família. Pode sempre surgir alguma coisa com a banda e pelo menos tomamos uma refeição em família.

Eu beijo cada uma delas com carinho e cumprimento o Robin. Todos parecem satisfeitos.

- Mãe, tenho que sair. - Aviso-a.

- Não podes ficar mais 10 minutos, amor? Sabes que o pequeno almoço é a única refeição mais segura que temos quando estás cá. - Ela fica amuada.

- Desculpa-me. - Peço.

- Tudo bem, vai lá. - Ela dá-me um abraço de urso.

- Podemos saber para onde vais, Harold? - A Gemma intromete-se.

- Nope.


...


A viagem até ao Nando's foi horrível. O trânsito estava infernal. Só se ouviam buzinas, ambulâncias, polícias, e ninguém fazia nada para controlar a situação. Espero que a volta para casa não seja tão má.

Mesmo sentados numa área mais escondida dos Nando's os jornalistas conseguem ver-nos e tirar fotografias a torto e a direito. Sinto que este meu pequeno segredo não vai se aguentar por muito mais tempo. Os rapazes vão ver as fotos, eles conhecem o Albert, os jornalistas conhecem-no. Ninguém consegue saber quem ele investigou, mas amanhã e ainda hoje todas as pessoas - interessadas em mim - vão saber que mandei investigar alguém. Inclusive a própria Luna.

Isso até que tem a sua pequena graça.

- Ela tem 18 anose vive com o pai. A mãe, não tenho a certeza absoluta, mas acho que morreu quando ela nasceu. Qualquer uma das minhas fontes não disse muito mais. Parece que é um assunto difícil de falar e isso. Eles têm um café, aqui tens a morada.

Ele aponta para o envelope.

- Consegui saber mais umas coisinhas sobre a vida dela, como disse, são mesmo coisinhas, nada demais.

Eu fico com o meu envelope e ele com o seu, do pagamento.

Já está feito.

Não me sinto culpado por ter essas informações sobre ela. Sinto-me um violador na teoria, mas, qualquer pessoa consegue saber aquilo que vou saber pelo Albert. Acho que ela não tem uma vida aterrorizante se não o Albert ter-me-ia dito. Penso que é apenas uma adolescente normal. Eu dobro o envelope e arrumo-o no bolso das calças. Não tiro a mãe do bolso, não vá algum jornalista fazer-se de espertinho.

Passar pelos jornalistas é um inferno.

As perguntas caem sobre mim, literalmente. Ignoro-as a todas.

Assim que chego ao carro recebo uma mensagem:

"Meu, vem até aqui à casa do Liam. Estamos todos esperando por ti." - Zayn.

- A sério? - Resmungo. - Para a casa do Liam, por favor.

Eu peço ao meu motorista. Ele apenas assente. Vejo cada minuto a mudar no ecrã do telemóvel. A viajem não me pareceu tão grande como pensei que iria ser. Apresso o meu passo para a porta. O Niall abre-a antes de chegar lá.

- Então? - Dou um sorriso para todos.

Eles estão todos sentados e com cara de poucos amigos. Passo os olhos pela televisão e reparo que eles estão a ver um filme qualquer.

- É alguma coisa importante? - Pergunto e sento-me no sofá.

Só para não dar nas vistas.

- O que é que estás a esconder de nós, Harry? - O Liam pergunta por todos.

O arrependimento cai-me nos ombros. Agora sei que eles já sabem do Albert. Podia tentar disfarçar, mas não ia levar a nada. Talvez levasse à perda de confiança deles para comigo e isso eu não quero perder nunca.

- Todos nós sabemos que se tens um encontro com o Albert é porque mandas-te ele saber alguma coisa sobre alguém, porque não dizes quem é? O que escondes dos teus melhores amigos? Quero dizer, vives connosco, praticamente. Ninguém esconde nada aqui, pelo menos até agora. - O Louis levanta-se e fala para mim. - É assim tão mau falares connosco? Há uns tempos para cá que só ficas fechado no teu quarto a fazer não sei o quê. Tudo bem, todos temos saudades de casa e, às vezes, o melhor é estar sozinhos...

- Eu digo. - Paro o Louis.

O Louis é uma pessoa super compreensível, mas quando se altera ele vai dizer tudo o que pensa e depois arrepender-se da maioria das merdas que falou. Como já o conheço, paro-o.

- Não vos disse nada porque é complicado. Não é normal algum de nós querer ter algo com uma rapariga que não conhece de parte nenhuma, certo? Quero dizer, não é namorar, é sexo ou uma curte. E isso está a acontecer-me, percebem? Ela chama-se Luna, é a fã ou rapariga mais gostosa que alguma vez vi. Há 2 meses - mais coisa menos coisa - estava no Twitter e cliquei num perfil qualquer, por acidente. Comecei a ver as fotos dela e, porra, fiquei fascinado. É isso que faço nos tempos livres. Fico a persegui-la.

- Harry, podias ter-nos dito. Somos amigos e nem precisavas que todos soubessem que mandas-te investigar alguém. - O Liam diz.

- Pois, meu. - O Louis concorda. - Mas de onde ela é?

- É de Londres. - Sorrio.

- E ela ao vivo é tão boa como nas fotos? - Ele ri.

- Nunca a vi ao vivo. - Dou de ombros. - Não vão começar a dizer que pode não ser ela e isso. É ela, eu vou encontrá-la, porque, agora sei aonde é o seu café.

- O quê? - O Zayn ri. - Vais lá, mesmo lá dentro? Deves estar a gozar.

- Bem, vou ver. Não tem mal nenhum, sou um cliente normal. - Rio. - Obrigado, mesmo por me compreenderem, pensei que iam ficar a delirar com isto. Eu sabia que vocês me iam apoiar, mas, de qualquer dessas maneiras, essa situação é estranha.

- É, mas nós somos irmãos e nunca nos vamos abandonar uns aos outros. - O Liam diz.

- Sim, papá. - Todos dizemos para gozar com ele.

Aqueles abraços de grupo são do melhor que há. Eu fecho os olhos e vejo tudo cor-de-rosa, com eles ao meu lado.

Eles percebem que quero ir para casa depois de uma conversa pequena. O Louis leva-me até à porta e estranho.

- Meu, para mim tu não tens atração nenhuma por ela. Já andas há 2 meses nisso. Acho que é algo mais forte, percebes-me?

- Sim, não vou pensar nisso tão a fundo. Vou só deixar acontecer.

- Fazes bem. - Ele dá-me um abraço.


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