Capitulo 44

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Capitulo 44

- Tu estás bem? - A Gemma pergunta-me antes de entrarmos em casa dela.

- Estou cansada. - Admito.

- Pareces mesmo estar, não dormis-te nada, pois não? 

- Não, não consegui dormir nada de geito. 

- Achas que consegues resolver as coisas com o Harry? - Ela pergunta aguentabdo-me as mãos. 

- Eu penso que sim, só preciso de falar com ele. Está muita coisa em jogo, coisas que só eu e ele sabem, é complicado. - Digo tudo. 

- Se precisares de mim, não hesites em pedir-me ajuda.

- Não me odeias? Por ter dito para ele ir-se embora? - Pergunto com algum receio.

- Não, é claro que não. Tu és a vitima, entre aspas, dessa história de amor. 

- Não quero que pensem mal de mim, não quero que penses que mandei-o embora, como se eu me quisesse fazer dificíl. Eu precisava de pensar. 

- Eu sei, não te preocupes. Eu percebo-te.

- Mas não sei se o Harry percebe. 

- Claro que percebe, acredita. 

- Como ele chegou à casa? - Pergunto nervosa. 

- Ele chegou, eu tava na sala mais a minha familia. Ele chorava incodicionalmente, disse que foi o último beijo. - Ele olha para o chão como se tivesse vendo tudo. - Disse que o mandas-te embora, eu tentei falar com ele.

- E ele? Que disse? 

- Disse que ia para o quarto, não queria falar com ninguém. Só abria a porta, quando fosses tu a ir lá. 

- Ele disse mesmo isso?

- Sim, ele gosta tanto de ti, viste o que ele pus no twitter e no instagram?

- Sim.

- Luna, eu sei que tu pensas que vais ter pessoas a odiar-te, mas.. Eu não te quero forçar, mas acredita que o amor que ele tem para te dar, ultrapassa tudo. - Ela diz-me os olhos dela mostram a verdade. 

- Obrigada, e desculpa por essa semana horrivél. 

- Tudo bem, agora vem. - Ela pega-me pela mão. 

Entramos em casa dela, estou tão nervosa. A Gemma leva-me para a sala, os meus olhos arregalam com o que vejo. Estão todos aqui, Niall, Liam, Louis, Zayn, Anne, Robin. 

Aperto as minhas mãos uma na outra com os nervos. 

- Desculpem. - Apenas digo. 

O Louis olha para mim, não sei porque mas vejo raiva no olhar dele. 

- Achas bem o que estás a fazer ao Harry? - Ele grita comigo. Engulo em seco, ele vai discutir comigo?

- O que? - Digo com algum sacrificio. 

- O que? Tu tens a noção do quanto ele está a sofrer por tua culpa? Não, não tens. - Ele volta a gritar. 

- Para, por favor. - Peço. Ele é um dos meus ídolos, não quero que me trate assim. 

- Ele adora-te, está sempre a falar de ti. 

- Louis para. - O Liam levanta-se metendo-se a seu lado. 

- Não paro. Ela tem de perceber o quanto magoa o Harry. Ele veio a meio da turnê para estar umas horas contigo, passou o Natal contigo, o Ano Novo, e é assim que o agradeces? Quando ele te diz quem é, mandas-o embora, achas isso correto? 

- Para Louis. - O Zayn levanta-se. 

Eu fico em estado choque. 

- Ela também precisou de pensar. - O Niall diz. - A vida da Luna pode mudar muito. 

- Mas ele é o Harry, ele adora-a se ela o adorasse também não lhe fazia isso. - Ele acusa-me. - Qual é o teu problema? Ele pode dar-te tudo. 

Eu não quero falar mal com o meu ídolo, mas ele está-me ofendendo muito, e eu não vou deixar isso assim.

- Cala-te. - Grito. - Tu, ninguém sabe nada da minha vida, só ele sabe. Até podes ser uma das pessoas que mais amo nesse mundo, mas agora vais-me ouvir. Pensas que a minha vida é fácil? Eu tenho que trabalhar, e estudar ao mesmo tempo. Chego à noite tarde, tenho trabalhos para fazer, dormir. Acordo sempre cedo. Se eu pudesse dormir, uma semana não chegava. 

Começo a chorar, não quero mas é complicado. 

- A minha mãe morreu à minha nascença, levo todos os dias com esse peso na consciência, o meu pai nunca mais foi feliz. Sou a culpada por ele não celebrar o Natal, o único que celebrei foi com o Punkerd. Ano Novo? Na maioria das noites adormecia, quando acordava já se passava da meia-noite. 

Limpo as minhas lágrimas. 

- A minha alegria, é vocês. Mas agora estou aqui a chorar por tua causa. - Olho-o nos olhos. - Já chorei por tua causa, mas de alegria, mas agora estás-me fazendo chorar de tristeza. 

O olhar dele muda, fica mais calmo. 

- Eu sei que ele é o meu ídolo, e eu amo-o. Mas o amor de ídolo é diferente do amor que eu sinto por ele, pelo Punkerd. É muito diferente. E eu não tinha essa noção há uns dias atrás, agora tenho. 

Respiro fundo. 

- Como achas que é para mim? Passar dias com uma pessoa, saber que essa pessoa é outra pessoa, ele disse-me que não era quem eu pensava que ele é, eu sempre pensei, mentalizei-me que ele era um drogado, traficante, algo assim. Mas quando ele disse-me quem era, eu fiquei, estranha. Não sabia o que sentia, nada. 

Os meus olhos doem de tanto chorar, essa semana toda a chorar e agora, é demais. 

- Eu sei que ninguém quer saber dos meus sentimentos para nada, mas eu tenho respeito por mim. E desculpem qualquer coisa. Desculpe Anne, eu apenas precisava de pensar. 

Dou um longo suspiro. Olho para todos, estão um pouco admirados com tudo o que disse. 

- Luna, o Louis está nervoso. Desculpa, tenta esquecer essa discussão. - O Liam diz. 

- Essa discussão já está esquecida, como o Louis do meu coração. - Simplesmento digo olhando para o Liam. - Posso ir ter com ele? - Olho para a Gemma. 

- Luna. - A Anne levanta-se.

Mordo o lábio nervosa, será que ela também vai discutir comigo? 

- Eu não te odeio, eu percebo-te. - Ela abraça-me. 

Os meus olhos voltam a salpicar, choro nos braços dela. 

- Desculpe. - Digo-lhe. 

- Vai lá falar com ele. - A Anne sorri para mim. 

- Obrigada. 

- É o último quarto, ao fundo do corredor. - A Gemma diz-me. 

Subo a escadas, tento esquecer a discussão que tive com o Louis. Agora só me quero concentrar na minha conversa com o Harry. Por mim o Harry nunca saberá dessa discussão. 

Bato à porta do seu quarto. Ele não responde. 

- Harry. - Sussurro e volto a bater. 

- Não falo com ninguém, só falo com ela. - Sei que "ela" sou eu. 

- Harry sou eu, a Luna. - Digo batendo outra vez à porta.

Fico à espera que ele queira abrir a porta. Abaixo a minha cabeça, ele não quer falar comigo. 

Ouço a porta a ser aberta, devagar. Um rapaz com os olhos inchados de chorar, cabelos encaracolados, umas calças de fato de treino com uma blusa preta aparece-me à frente. 

- Luna. - Ele sussurra e abraça-me. - Eu tenho tantas saudades tuas. 

Ele pega-me e fecha a porta novamente. Fecho os olhos, deixo-me ficar nos seus braços. Sinto algo fofo debaixo de mim. Ele pega nos cobertores e mete-os por cima de mim. 

- Eu sei, temos muito para conversar, mas eu preciso de estar assim contigo. - Ele sussurra, as nossas lágrimas misturam-se. 

- Não chores, por favor. - Peço. - Beija-me. 

Ele dá um pequeno sorriso. Uma mão minha vai para o seu cabelo, a outra para o seu pescoço. Quando os nossos lábios tocam-se um gemido escapa da nossa boca. As nossas linguas tocam-se, lentamente. 

Senti tanta falta dos lábios dele. O quarto está escuro, estamos num ambiente romântico e calmo. 

Ele deita-me em cima do seu tronco. 

- Desculpa. - Digo-lhe abraçando-o. 

- Eu percebo-te, não te preocupes. - Ele sussurra. 

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