Dakota e Jamie são atores, protagonistas da famosa trilogia de sucesso Cinquenta Tons De Cinza. Preocupados com o futuro dos filmes seguintes, que receberam ameaças de serem cancelados por conta da crise que os estúdios de Hollywood vem enfrentando...
Fiquei tão irritado, tão confuso por causa daquele babaca do Taylor que sem querer - ou por querer - acabei me declarando para a Dakota, dizendo tudo o que está engasgado na minha garganta há um bom tempo. Declarei meu amor e o desejo intenso que tenho por ela, mas acho que o tiro saiu pela culatra. Sem saber o que fazer e por ver que ela esboçou apenas uma simples reação de surpresa misturada com deboche, resolvi sair de casa. Precisava de ar, de conversar com alguém e por isso, fui até os estúdios conversar com James. - Quer dizer que você está apaixonado pela Dakota? - Meu diretor indagou entre gargalhadas. - Sim, estou. - Admiti me sentando na frente dele. - Você misturou tudo, Jamie. Não era pra se apaixonar, era só um trabalho, um simples contrato. - Disse tudo aquilo que já sei. Cadê a novidade? - Eu sei disso, James! Mas poxa, não consegui evitar. Convivi com ela esses meses e cara, foi impossível não me apaixonar. Por mais que ela seja insuportável, não sei se consigo viver sem ela. - Desabafei. - Tudo bem, então vá em frente. -Aconselhou-me. - Sério? Como assim? - O olhei incrédulo. - Pra ser sincero, não acho que você realmente ama a Dakota. Nós sabemos que você nunca foi homem de uma mulher só, que é mulherengo e tudo mais. Mas aproveite esses meses que te restam e curta bastante sua esposinha. - Segurou o riso. - Ah, você não me entende. Aliás, ninguém me entende! - Resmunguei me levantando e saindo de lá. (...) Dakota desdenhou da minha declaração e nem o diretor do filme acredita que realmente amo a Dakota. Ambos devem achar que é frescura minha, um simples capricho. Que saco viu, é muito chato quando não acreditam na gente. Enquanto dirigia, liguei para meu amigo Robert e contei o ocorrido. - Acredito em você, meu amigo. - Ele disse e me confortando. - Finalmente alguém acredita em mim! - Dei um sorriso de canto de boca. - Mas o que pensa em fazer? Deixar para lá ou investir na Dakota? - Investir nela? Ela riu da minha cara, não acredita em mim! - Parei o carro no sinal para que os pedestres passassem. - Faça-a acreditar, Jay. - Não sei se vale a pena. - Voltei a dirigir. - Meu medo é de estar misturando tudo, farsa com realidade. - Se você a ama de verdade, vale a pena sim! De repente, ela até gosta de você mas está insegura pela sua fama e outra, não esqueça que vocês vão ter um filho. Isso não é uma farsa, talvez no começo até tenha sido, mas olha onde vocês chegaram cara! - Abriu meus olhos. - É, você está certo. Tenho que acreditar nos meus sentimentos e ver onde isso vai dar. (...) Após dar muitas voltas de carro pela cidade, resolvi voltar. Estou mais tranquilo agora e assim que entrei em casa, joguei as chaves do carro no sofá e me sentei quando Dakota entrou na sala. Já estava vestida para dormir, com uma camisola preta um palmo acima de suas coxas torneadas e deliciosas. Olha eu pensando besteira... - Boa noite, Jamie. - Disse tímida se sentando no outro sofá. - Boa noite... - Olhei para os lados a procura do Epaminondas. Vai que ela escondeu ele de novo né, mas ele estava ali na mesinha de centro da sala descansando. - Jamie? - Ela me chamou estalando os dedos. - Ah, desculpe. Estava distraído com o Epaminondas. - Tirei minha jaqueta, pois estou com calor. - Acho que precisamos conversar né? Esquece um pouco essa porcaria de videogame. - Falou ríspida. Está bravinha do jeito que gosto. - Então, pode falar. - Esfreguei uma mão na outra. - É verdade o que você disse? Que está apaixonado por mim? - Perguntou séria. - Er... Sim. - Limitei-me a dizer. - Mas será que você não está confuso? Será que não apenas tesão, um simples desejo por mim? - Se levantou. - Dakota, nós até já transamos e foi mais de uma vez e mesmo assim, continuo querendo você. -Me levantei também ficando de frente para ela. - Se fosse tesão, já teria passado mas eu quero mais, muito mais. - Eu sei, mas... - Mordeu os lábios. Aí é covardia.
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- Olha... - Segurei o rosto dela entre minhas mãos. - O que sinto pode até ser errado visto as circunstâncias, mas é verdadeiro. Não tenha dúvidas disso. - A olhei nos olhos para dar mais credibilidade as minhas palavras. - Também sinto algo muito forte por você, Jay. - Afirmou me fazendo sorrir. - Mas o que aconteceria se seguíssimos em frente? - Só saberemos se tentarmos. E aí? Quer tentar?
