Prisoners - h.s

Capítulo 40

Não sou o tipo de garota que demonstra. Apenas não parece natural quando tento mostrar empolgação com algo.
Não consigo gritar de alegria, ou chorar de felicidade e minimamente sei me expressar com palavras.
Não é a mesma coisa de escrever no papel.

Escrever é algo que funciona para mim.

Então a música do Harry funcionou. De alguma forma eu entendi e acreditei no que as palavras escritas queriam dizer.

Ele estava olhando para mim. Ele pode me dizer a verdade e pode me abraçar forte. E ele pode me fazer feliz.

A música era sobre a noite em que chorei em seus braços. Não sei porque exatamente ele escolheu essa noite para escrever uma música , mas acho que é porque tudo começou a andar nos trilhos para nós dois depois disso. E até mesmo para alguém como eu, esse tipo de declaração quer dizer alguma coisa.

Então para alguém que não sabe demonstrar e nem se expressar, como Alice tinha dito, eu me sai muito bem.

Depois que terminei de ler o conteúdo da folha, Harry tocou a melodia no violão.
Era suave e calma, mas ao mesmo tempo intensa e emocionante. Ou talvez eu só estivesse emocionada demais.

Depois que a música terminou eu literalmente pulei em seus braços, agarrei no seu pescoço e o abracei tão forte como nunca tinha feito.

Segurei-o como se fosse algo precioso, e á partir daquele momento eu percebi que era. Ele era mesmo precioso para mim.

Harry deixou o violão de lado e me abraçou, acariciou meu cabelo e minhas costas e eu tive vontade de chorar. Porque tudo aquilo era demais. De uma forma boa.

Imagine como é estar se lamentando sobre a própria vida o tempo todo, como é se sentir completamente deslocada do mundo e das pessoas. Então te dedicam uma música. E então você abraça lguém e ela te abraça de volta. Tão forte que vale por todos os braços que as outras pessoas nunca te deram.
São momentos como esse que fazem uma vida valer a pena.

Todas as pessoas deprimidas deveriam ter um Harry na vida delas.

Ainda abraçada á Harry eu pensei em como a minha vida tinha mudado depois que ele chegou.
Eu costumava evitar qualquer tipo de mudança, mas não encaro essa como ruim. As vezes é bom ter alguém que te desafie a fazer as coisas que dão medo. Como um psicólogo, só que mais sincero.

E as vezes essas "coisas" se tratam de sentimentos e pessoas, e você sabe que se esse alguém ainda está ao seu lado, é sincero.

Ou ele está preso na sua casa.

Mas acho que há diferença entre não ter opção e insistir. Deus sabe que nunca fui eu a correr atrás de nada.

Aquela música acarretou vários pensamentos desde aquela noite em que apenas nos abraçamos, e depois não falamos mais nada.

Eu agradeci e disse que nunca tinha ganhado nada daquele tipo antes. O que é um clichê, mas para mim é tão sincero que chega a a doer.

A questão é que foi naquele momento em que percebi que estava apaixonada por Harry Styles.

E naquele momento eu não pensei nas consequências de gostar de alguém ou nas probabilidades de haver um coração partido no final. Embora eu devesse.

Eu admiti para mim mesma que gostava dele e eu não poderia imaginar tudo que ainda teria que passar por isso

*
1 fevereiro de 2013

Dois meses. O ano já começou há dois meses.

Como é que eu não percebo o tempo passar dessa maneira?