Pov's Liz Gray
Decidi que seria melhor se eu descesse antes de Harry, isso evitaria certos olhares inconvenientes.
Minhas botas não fizeram barulho no degrau entapetado da escada. Minha mãe foi a primeira a levantar o olhar, sua expressão suavizou quando viu que eu estava sozinha.
Estava no último degrau quando Harry apareceu, já completamente vestido e com o cabelo arrumado.
Trajava uma sweat preta com o colarinho gasto e um jeans azul escuro.Este é novo! Não me lembro de tê-lo visto usar antes.
Voltei a desviar o olhar rapidamente. A minha mãe tem me vigiado de perto, é um milagre que ainda não tenha dito nada.
- Bom dia Harry. - Alice disse quando entramos na cozinha. Todos já estavam á mesa diante de um verdadeiro banquete. Não que eu esperasse outra coisa de Alice.
Me sentei ao lado de Beatrice e Harry a minha frente.
A mesa estava lotada de comida; pães, geléia de fruta, manteiga, biscoitos, cereal, leite, café e até um bolo. Os ruídos de copos tocando a mesa de madeira e garfos raspando em pratos era tudo que se ouvia pela sala.
Beatrice estava muito concentrada em seu bolo de chocolate.Sorri para mim mesma.
Alice é tão dedicada, será que alguma vez na vida ela passou uma má impressão á alguém?Ela teve um filho aos 16 anos. Meu subconsciente maldoso lembrou automaticamente.
Me servi de uma xícara de café, de um pedaço de bolo - que parecia realmente ótimo - e de um biscoito grande e cheio de gotas de chocolate.
*
Depois do almoço Alice decidiu que era a hora certa para fazer as compras de natal. E nos arrastou, Beatrice, Harry e eu, junto com ela e Phillipe para o Shopping, enquanto mamãe ficou em casa cuidando dos meninos.Não faz qualquer sentido irmos as compras; nenhuma de nós (Beatrice e eu) tem muito dinheiro guardado.
Nunca compramos presentes para ninguém no natal, simplesmente porque nunca sobra dinheiro suficiente, e nós combinamos que não seria legal pedir dinheiro aos nossos pais para comprar os presentes deles.Eu tenho 16 anos, poderia facilmente conseguir um emprego em uma lanchonete qualquer ou em uma lojinha. Até trabalhei em um Starbucks por alguns meses, mas a minha mãe prefere que eu me esforçe para entrar na faculdade e só depois pense nisso.
E o meu pai considera isso como um insulto, mas para ser realista ele não pode me sustentar para sempre.Por outro lado, é um alívio.
Um trabalho tão simples como atender balcões exige muita comunicação com muitas pessoas e a timidez não permite isso.- Certo. Por onde querem começar? - Alice perguntou quando adentramos o shopping lotado de Oxford.
- Não vamos comprar nada, Alice. - respondi.
- Tá. Mas o que querem de natal?
- Não se incomode... - comecei, mas fui abruptamente interrompida por Alice.
- Não comece Elizabeth, ou eu te deixo no carro.
Mostrei-lhe a língua, sem saber o que dizer.
- O que você quer, Bea?
- Não sei, não parei para pensar nisso...
- Nós devíamos comprar vestidos! - Alice exclamou - Para o Natal, é claro.
- Está frio. - argumentei.
- Boca calada. Venham senhoritas.
Fiquei um pouco amuada. Estava apenas dizendo que não é muito agradável usar vestidos no inverno.
É por isso que prefiro ficar quieta, de boca calada.
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Prisoners - h.s
FanfikceEm um mundo onde todos vivem oprimidos por padrões, pessoas diferentes se sentem erradas. Em um mundo onde você precisa ser igual a todo mundo para ser aceito, existem pessoas como Liz Gray; oprimida por suas próprias inseguranças, vivendo nas sombr...