Capítulo 25

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Andamos por pelo menos quinze minutos até acharmos algum comércio aberto e era uma mercearia 24 horas.

O meu bairro fica em uma das partes menos movimentadas de Londres. Não é um bairro chique e nem bonito; As ruas são lotadas de casas demasiado semelhantes e estreitas com pouco espaço entre elas e gramados pequenos. Há pouquíssimos comércios, apenas padarias e pequenos bares, ou negócios próprios, como oficinas mecânicas falhidas.

Encontrar alguma coisa aberta á uma hora da madrugada por aqui parece mesmo uma missão impossível.

Depois de um tempo comecei a temer que Harry não conhecesse a cidade assim tão bem. Estavámos andando por ruas, quarteirões e bairros sem nunca chegar á lugar nenhum.

- Você sabe para onde está indo, certo? - perguntei hesitante.

- Claro, estamos quase chegando.

- Tem certeza? Harry, você sequer já veio á Londres alguma vez? Quer dizer, antes dessa.

- Claro que sim, não seja estúpida. Viu só, chegamos - ele disse e apontou um pequeno barzinho do outro lado da rua.

O lugar era bem pequeno e não chamava muita atenção, o que talvez fosse justificativa para estar vazio sendo o único lugar aberto á essa hora em quilomêtros. Sua fachada era apenas o nome Ben's Bar destacado em letras vermelhas luminosas, mas nem todas as luzes estavam acessas.

- Essa espelunca? - perguntei com uma careta. Não é bem assim que imaginava passar a minha primeira noite de farra.

- Não é tão ruim assim. Pela primeira vez em sua vida tente relaxar. - Harry disse e eu fiquei quieta.

A noite nem começou e eu já estou sendo uma chata. Bem, tecnicamente a noite já está acabando... Deus, eu tenho que acordar cedo amanhã.

Segui Harry para dentro do pequeno estabelecimento e me surpreendi por encontrar uma boa porção de pessoas ocupando mesas de madeira. A maior parte da clientela eram velhos alcóolatras, mas mesmo assim conta.

Atravessamos a extensão do bar até o balcão, também de madeira como as mesinhas espalhadas pelo local. Me encolhi levemente quando passei perto de uma mesa onde estavam sentados dois velhos podres de bêbados, eles me lançaram um sorriso nojento se insinuando para mim, mas o Harry me puxou para andar á sua frente e ficou atrás de mim, como um escudo protetor.

- Relaxa. - ele sussurrou no meu ouvido e não consegui conter o arrepio que percorreu a minha nuca.

- Ok.

Nos sentamos em dois banquinhos. Estes não pareciam fazer conjunto com o balcão, tinham pernas de ferro e estofado colorido. O bar todo parecia montado com peças aleatórias. O meu banquinho tremeu um pouco quando me sentei e eu xinguei baixinho.

O lugar está caindo aos pedaços

- Tá. O que você vai querer? - Harry perguntou enquanto observava as diversas embalagens de bebida na grande prateleira atrás do balcão.

Garrafas grandes e estreitas, outras largas e pequenas, as bebidas dentro delas variavam de transparente á rosa escuro

- Alguma coisa sem álcool. - falei e Harry olhou para mim com uma expressão perto de indignada.

- Você não vai beber nada?

- Não e você também não devia. - disse e comecei á mexer nervosamente no rasgo no joelho da minha calça jeans.

- Achei que ia se divertir hoje. Onde está o caralho que vai nos servir? - Harry xingou se inclinando no balcão á procura de alguém.

- Posso me divertir sem beber.

Prisoners - h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora