Capítulo 18

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                 Pov's Harry Styles

Não sei dizer há quanto tempo estou andando para lá e para cá pelo corredor dos quartos da casa dos Gray. Indeciso entre bater ou não na porta do quarto daquela menina.

A nossa discussão mais recente ainda está fresca na minha cabeça. No calor do momento eu disse a primeira coisa que me veio á minha cabeça e agora estou me contorcendo de culpa.

Não que eu não quissesse ter dito aquilo, e no fundo até ela sabe que tem um fundo de verdade na minha provocação, mas eu sei que a magoei, e naquela altura esse realmente era o objetivo. A mágoa em seus olhos âmbar e aguados por lágrimas foi a prova de que eu tinha conseguido o que queria.

Mas depois que a raiva passou comecei a me sentir culpado, como acho que nunca me senti antes. Percebi que tinha ido longe demais, principalmente porque tenho a impressão de que ela é uma garota insegura.

Isso é perceptível até na maneira que ela anda, como se encolhe quando olho para ela. Como desvia o olhar quando tento fazer contato visual, e porque ela está sempre com muita maquiagem e escondendo o próprio corpo com roupas largas demais para ela. E principalmente, porque ela parece ter medo de ser ela mesma até dentro da própria casa.

As vezes me pergunto se ela se sente desconfortável apenas quando estou por perto ou se sempre foi assim mesmo antes de eu chegar e tomar conta do seu quarto e aparentemente tirar a sua paz.

Mas ela mereceu, não é? Desde que cheguei aqui tudo que ela tem feito é falar mal de mim e para mim. Ela me insultou bastante na nossa discussão mais recente, por causa da sua amiga irritante.

A minha intenção não era ser machista, será que ela ouve grosseria em tudo o que eu digo?

Tenho tentando manter as coisas civilizadas entre nós, mas mesmo depois da minha tentativa de fazer as pazes, continuamos brigando como cão e gato.

Eu nunca me esforcei para fazer as pazes com alguém antes, e agora está mais do que claro que isso não serve para mim.

É verdade que vim para cá forçado pela minha mãe, mas tinha esperança de encontrar alguma paz de espírito estando longe de Holmes Chapel.Aquele pequenino vilarejo cheio de lembranças e onde todo mundo de alguma maneira sabe das merdas que eu fiz.Do merda que eu sou.

Na verdade, todo mundo sabe dos podres de todo mundo lá.

Mas estou tão entediado aqui que acho graça nas discussões que tenho com essa garotinha.
Bem, depois dessa acho que ela nunca mais vai querer falar comigo.

Finalmente decido fazer o que eu acho que é certo, me aproximo da porta do seu quarto em silêncio. Se eu desistir posso apenas fugir e ela nunca vai imaginar que eu estive ali.

Enrolei o punho para bater na porta, mas o som de soluços baixos me pararam.

Ela está chorando?

Afastei o punho da porta imediatamente. Uma espécie de nó se formou na minha garganta.

Eu deveria ter pensado melhor antes de dizer, deveria ter escolhido outras palavras, outra frase. Qualquer coisa.

Não sei como é ser uma pessoa insegura.
Na verdade me considero uma pessoa bastante segura. Tanto de corpo quanto, talvez, de alma. Acredito no que acredito e luto por isso mesmo que vá contra tudo o que os outros pensam, e na maioria das vezes a opinião dos outros não vale uma moeda para mim.

Eu ainda não descobri se isso é ou não uma coisa boa. Afinal também estou aqui por ser um rapaz intenso e de opinião, como disse a conselheira da minha última escola.

Prisoners - h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora