Capítulo 93

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- Eu não estava te esperando hoje. - disse, abrindo a porta para que Harry entrasse.

- Bem, resolvi fazer uma surpresa.

Eu estava esperando receber um sorriso, mas ele entrou com a expressão neutra e ficou me encarando por alguns segundos.

- O que foi? - perguntei baixinho, com as sobrancelhas arqueadas.

- Nada. Só estou esperando você gritar e dizer "os meus pais vão me matar". - brincou, com uma falsa voz fina.

- Pare de me fazer sentir uma bruxa. - resmunguei, fechando a porta com cuidado para não fazer barulho.

- Você é uma bruxa bonita.

- Haha.

Passei por ele, deixando um selinho em seus lábios no caminho e subi as escadas devagar. Ele me seguiu.

Passamos pelo corredor em completo silêncio, para não acordar ninguém. Harry entrou primeiro no quarto e se sentou na minha cama.

O relógio no meu criado mudo marcava 23:32 de uma noite fria de sábado.

Não falei com Harry durante todo o dia, o que não me fez sentir bem dado ao fato de que fizemos uma coisa importante noite passada. Então, ele estar aqui me surpreende tanto quanto me deixa mais calma.

- Então, o que você veio fazer? - perguntei, me sentando ao seu lado na cama.

- Não é assim que se trata as visitas, Elizabeth.

- O que você quer? Que eu te traga chá? - brinquei.

- Seria bom. - ele sorriu sarcasticamente. - Mas é sério, eu só vim te ver. Sem nenhum outro motivo.

- Sério?

- Sim. Sabe, a gente tem pouco tempo juntos.

- É. Não consigo esquecer isso. - tentei fazer com que a frase soasse leve, mas não consegui. Ela é simplesmente real demais, e se torna mais real á cada dia.

- Idem.

- Ok, não vamos falar sobre isso agora.

Tirei as minhas pantufas e dobrei as minhas pernas em cima da cama.

- Você vai á minha formatura amanhã?

- Claro que sim.

Depois de um tempo, Harry voltou á falar.

- Por que estamos desconfortáveis?

- Não estou desconfortável.

- Ah, o rubor na sua bochecha diz o contrário. - ele sorriu maliciosamente.

- Cala a boca. - falei, apertando levemente o topo das minhas bochechas.

Elas sempre me denunciam.

- Por que você está desconfortável?

Suspirei e tirei as mãos das bochechas.

- Quer saber? Só vai ficar desconfortável se quisermos que fique.

Me aproximei dele e o beijei. Minhas mãos se posicionaram nos lados do seu rosto. Um indício de barba pinicou a ponta dos meus dedos, acho que nunca vi Harry com pêlos no rosto, ou simplesmente não notei.

Ele me beijou de volta. A sua língua se movimentava na minha boca, enquanto a sua mão acariciava o meu cabelo. Depois de alguns segundos, senti a sua mão se mover para a minha nuca, e ele me puxou mais para perto.

- É estranho eu ter sentido a sua falta nesse curto período de tempo? - ele perguntou, sua voz soou rouca e ofegante por conta do beijo.

Vai se acostumando.

Prisoners - h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora