Capítulo 5: Sinal vermelho

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Enfim, as aulas começaram e as garotas se preparavam.

Marjorie engoliu seu suco de laranja tão rápido que lhe doeu a garganta.

— Tchau, pai.

Saiu do apartamento e pegou o elevador. Já eram sete e nove da manhã.

Celina apareceu no andar de baixo no elevador, bem pontual, porém atrapalhada. Procurava na bolsa para ver se não havia esquecido nada.

— Mas hoje é o primeiro dia de aula, não vai ter nada. — disse Marjorie.

— Pra você. As turmas do primeiro ano vão ter uma recepção de boas vindas e nós estaremos vendo os assuntos que vão cair no vestibular.

— Que bronca.

— Você nem imagina.

— Sua amiga vai?

— Sim, se ela chegar sendo arrastada pela mãe, não se assuste.

Marjorie riu. Celina olhava no celular e digitava o tempo todo.

— Falando com o namorado?

— Hum? Não, não tenho namorado. Tô falando com Ramona.

Saíram do prédio e foram para o carro da mãe de Celina, que se maquiava apressadamente.

— Mãe, essa é a Marjorie.

— Tudo bem, Marjorie? — Marisa disse, sem nem virar para trás.

— Bom dia, dona Marisa, tudo bem. — disse simpaticamente Marjorie, ainda constrangida.

Marisa arrancou o carro, apressada como sempre. Quando os pais de Celina não estavam apressados, estavam ocupados. Era sempre assim. Quando saltaram do carro e se dirigiram para a entrada do colégio, Marjorie criou coragem para falar:

— É sempre assim?

— Já estou acostumada. Quando ela não está apressada falando ao telefone, está calmamente detectando doenças cerebrais em pessoas.

— Agora você foi egoísta.

— É por que você ainda não conhece meus pais. Pergunta a Ramona.

— Falando nisso, hum, onde ela está?

— Não faço ideia.

Assim que termina de falar, Celina vê uma garota com cabelos volumosos e sua enorme ecobag do Greenpeace garimpada do brechó da sua mãe, e quando ela vê Celina, corre desnecessariamente.

— Por que ela está correndo assim? — Marjorie pergunta ao lado de Celi, sem nem olhar para ela.

— É o jeito dela de correr normal, acredite.

Ramona abraça Celina, como se elas estivessem no aeroporto e não se vissem por um ano.

— O que houve com o seu rosto?

— Ontem. Praia. — ela fala rapidamente e, rapidamente, Celina entende.

— Mona, essa é a Marjorie, minha vizinha, chegou uns dias atrás do Maranhão.

— Oi, Marjorie. — elas sorriem juntas. — Hum, seu cabelo é de verdade?

— Todo mundo pergunta mesmo, né? — Celina falou, sorrindo.

— É natural, sim.

— É bem legal.

— Obrigada.

— De que ano você é? — Mona perguntou ao ver que Marjorie era um pouco mais baixa que elas, mesmo sabendo que não tinha muito a ver.

— Primeiro.

Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora