Enfim, as aulas começaram e as garotas se preparavam.
Marjorie engoliu seu suco de laranja tão rápido que lhe doeu a garganta.
— Tchau, pai.
Saiu do apartamento e pegou o elevador. Já eram sete e nove da manhã.
Celina apareceu no andar de baixo no elevador, bem pontual, porém atrapalhada. Procurava na bolsa para ver se não havia esquecido nada.
— Mas hoje é o primeiro dia de aula, não vai ter nada. — disse Marjorie.
— Pra você. As turmas do primeiro ano vão ter uma recepção de boas vindas e nós estaremos vendo os assuntos que vão cair no vestibular.
— Que bronca.
— Você nem imagina.
— Sua amiga vai?
— Sim, se ela chegar sendo arrastada pela mãe, não se assuste.
Marjorie riu. Celina olhava no celular e digitava o tempo todo.
— Falando com o namorado?
— Hum? Não, não tenho namorado. Tô falando com Ramona.
Saíram do prédio e foram para o carro da mãe de Celina, que se maquiava apressadamente.
— Mãe, essa é a Marjorie.
— Tudo bem, Marjorie? — Marisa disse, sem nem virar para trás.
— Bom dia, dona Marisa, tudo bem. — disse simpaticamente Marjorie, ainda constrangida.
Marisa arrancou o carro, apressada como sempre. Quando os pais de Celina não estavam apressados, estavam ocupados. Era sempre assim. Quando saltaram do carro e se dirigiram para a entrada do colégio, Marjorie criou coragem para falar:
— É sempre assim?
— Já estou acostumada. Quando ela não está apressada falando ao telefone, está calmamente detectando doenças cerebrais em pessoas.
— Agora você foi egoísta.
— É por que você ainda não conhece meus pais. Pergunta a Ramona.
— Falando nisso, hum, onde ela está?
— Não faço ideia.
Assim que termina de falar, Celina vê uma garota com cabelos volumosos e sua enorme ecobag do Greenpeace garimpada do brechó da sua mãe, e quando ela vê Celina, corre desnecessariamente.
— Por que ela está correndo assim? — Marjorie pergunta ao lado de Celi, sem nem olhar para ela.
— É o jeito dela de correr normal, acredite.
Ramona abraça Celina, como se elas estivessem no aeroporto e não se vissem por um ano.
— O que houve com o seu rosto?
— Ontem. Praia. — ela fala rapidamente e, rapidamente, Celina entende.
— Mona, essa é a Marjorie, minha vizinha, chegou uns dias atrás do Maranhão.
— Oi, Marjorie. — elas sorriem juntas. — Hum, seu cabelo é de verdade?
— Todo mundo pergunta mesmo, né? — Celina falou, sorrindo.
— É natural, sim.
— É bem legal.
— Obrigada.
— De que ano você é? — Mona perguntou ao ver que Marjorie era um pouco mais baixa que elas, mesmo sabendo que não tinha muito a ver.
— Primeiro.
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Garotas e Segredos
Teen FictionA vida de quatro garotas se cruzam e elas possuem algo em comum: são alvos de Angelina, uma garota que adora fazer jogos e criar rivalidade. Para o azar delas, uma noite revira tudo de cabeça para baixo e uma série de acontecimentos estranhos começa...