Capítulo 26: Garotas e férias

17 1 0
                                    

Já passavam das duas da manhã, quando sua mãe chegou em casa e se assustou quando viu Marjorie no meio da escuridão completa, sendo iluminada apenas pelo brilho da TV.

— Querida, não fique assistindo a esses filmes de terror sozinha em casa.

— Eu não fico com medo. — Ela acendeu a luz e pausou o filme A Casa de Cera, um dos seus filmes de terror prediletos. — Foi bom hoje?

— Sim, foi ótimo. — sua mãe foi até a cozinha e se serviu de água.

— O papai perguntou de você.

— O quê? Por quê?

— Ah, só queria saber se você tava bem.

— Hum, diga a ele que estou indo bem.

— Ok. Quando você vai me contar o que você fez pra perder sua licença?

Paola não conseguiu disfarçar sua surpresa e derrubou o copo de água, criando um ruído quando o vidro se partiu no chão.

— Como você descobriu?

— Eu percebi, mãe. Os horários que sai, a direção que pega quando sai, e liguei para a sua secretária um dia desses pedindo pra falar com você e ela me disse que não tava mais lá. O que tá havendo, mãe?

— Eu perdi minha licença por causa de um estudo que estava fazendo. Era abusivo e ilegal. — Paola esticou seu cabelo curto e negro para trás.

Paola começou a limpar os cacos de vidro na tentativa de fazer Marjorie desistir e voltar para o seu quarto.

— O que fez nesse estudo?

Ela não teria sossego tão cedo.

— Uma garota estudante de psicologia me procurou mostrando ser muito empolgada para a exercer a profissão, e me pediu que lhe deixasse acompanhar uns dias do meu dia a dia no trabalho. Acontece que meses depois, ela se mostrou muito intrusiva e perguntando coisas da minha vida que não eram agradáveis. E aí diagnostiquei o que ela tinha. Bom, no fim, comecei a ficar instigada em estudar seu problema já que não tem cura e detectar o ponto inicial que ocasiona a doença. Porém, isso foi se tornando algo grande, ela virou minha paciente e acabei me envolvendo demais na vida dela e então seu pai começou a perceber que eu estava obcecada com o trabalho e descobriu o motivo.

— Então se separaram por causa do seu experimento doido com uma garota universitária?

— Parece besteira pra você?

— Não! Pelo contrário, eu nunca imaginaria que você seria capaz de estragar a nossa família por causa de um estudo doentio! Você acabou com ele, sabia? Ele não merecia isso, e eu... eu deveria saber disso. — a garota baixinha gritava no meio da sala com sua mãe na cozinha segurando uma pá.

Marjorie foi até o canto para desligar a TV, e quando voltou, estava furiosa.

— Qual a doença da garota?

— Eu não posso lhe dizer, é confidencial.

— Mentira! Mais uma de... quantas mesmo?

Marjorie marchou para o seu quarto e bateu a porta, tão vermelha quanto o seu cabelo.

Marjorie marchou para o seu quarto e bateu a porta, tão vermelha quanto o seu cabelo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora