Capítulo 36: Inspire. Expire.

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As quatro saíram do hospital direto para a delegacia onde Clarissa estava. Ainda faltava uma única dúvida a respeito de esta confusão.

Quando conseguiram uma sala para conversar com a garota, foram direto ao ponto.

— Por que nós? — Ramona está a em pé, com os braços cruzados, usando um casaco que seu irmão tinha no carro.

Clarissa soltou uma risada alta e exagerada. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo, o que revelou suas orelhas de abano.

— É isso o que querem saber?

— É só isso que importa. — Celina insistiu.

— Eu perseguia a Angelina o tempo todo, e vi que ela tinha uma certa... — ela apoia a cabeça sobre a mão. — implicância com vocês, então sabia que se a manipulasse para prejudicar vocês, vocês se envolveriam na história.

Aquilo não fazia sentido algum. Devia ser pela sua saúde psicológica, era aceitável.

— Meu Deus, — Ramona começou a andar de um lado para o outro na sala cinzenta e mal iluminada da delegacia. — tá dizendo que somos previsíveis?

— Não, tô dizendo que vocês são o grupo perfeito.

Nenhuma delas falou nada. Seus rostos ficaram contraídos, confusos.

— A inteligente. A marrenta. A doce. A dinâmica.

Não precisava de mais explicações. Elas haviam percebido que suas qualidades e defeitos, seus passados e seus segredos, no fim, serviu para entrarem numa encrenca e saírem dela.

Celina era esperta, alerta, sempre deduzindo as coisas. Ramona era dura, não facilitava as coisas para as pessoas. Lívia era calma, sincera e sempre pacificava as situações turbulentas. E Marjorie era engenhosa e sabia sempre alguma coisa que podia ser útil.

E foi assim que elas fizeram coisas que jamais fariam se não estivessem juntas. Porque se não estivessem, não conseguiriam fazer nada.

A volta para casa foi silenciosa e todas pediam por umas horas de sono, ou de um momento de paz. Elas se despediram e cada uma entrou em casa, e sentiram um peso caírem dos seus ombros.

Era o peso das mentiras, dos segredos, da culpa e da raiva. Sentiram raiva de Angelina o tempo todo, e no final, nem fazia sentido ter qualquer sentimento de ódio pela pobre garota que se apaixonou pela única pessoa na terra que não se deve, nem chegar perto. Era quase uma regra não se envolver com professores, são o tipo de pessoa que você trata como mãe ou pai. Mas aí estava, e ele partiu seu coração.

Angelina não era santa, e quando todos da escola souberam do seu retorno e o motivo, teve os que disseram que foi merecido. Era compreensível, já que um terço da escola a odiava e aproveitou o tempo de paz na escola.

Mas ninguém deveria passar por isso, afinal. Nem pelo que Angelina passou, nem pelo que as quatro passaram também. Foram meses decifrando códigos, pisando em ovos, e reprimindo sentimentos.

Mas agora, tinha finalmente chegado ao fim.

Mas agora, tinha finalmente chegado ao fim

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