Capítulo 15: Aviso de amiga

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Marjorie encontrou a escola em uma completa solidão. Poucas turmas tinham aula à tarde, e então os corredores do colégio estavam vazios.

Ela havia se inscrito para as aulas de inglês, e se passasse no teste no fim do ano, teria uma viagem de seis meses fora do país. Quem sabe Minnesota, ou Montreal? Não importava qual seria o lugar, seria uma grande experiência para ela, já que ainda não sabia o que queria fazer.

Seguir psicologia ou jornalismo, profissões dos seus pais, ela já sabia que não queria. A música, ela amava, e adorava fazer os seus pequenos shows no antigo colégio, mas sabia que não seria sua profissão.

Mas quem se importa agora?

Quando encontrou a sala se deparou com o local vazio. Havia sido a primeira a chegar no primeiro dia de aula. Ótimo.

Sentou-se e colocou sua playlist de clássicos no Spotify, tirando seus fones da mochila.

Depois do que pareceu ser dez minutos, alguém adentra e ela dá de cara com Dante.

"Era só o que faltava." Ela pensou, bufando.

O garoto não deu um pio e sentou na última cadeira da sala.

Depois de umas três músicas, ela sentiu alguém puxar um de seus fones. Era ele, claro.

— Acho que você está na sala errada.

— Ah, é? E como você sabe disso? — ela disse, grosseiramente.

— Porque essa é sala para provas de recuperação.

Marjorie solta uma risada.

— E como você sabe que não estou aqui para isso também?

Ele pigarreou e olhou para apostila de inglês que ela havia posto na carteira.

Ela pausa a música, se levanta e pega as suas coisas. Mas, quando empurra a porta para sair, ela não abre.

— Você tá de brincadeira, né?

Ele, que tava lendo uma revista que havia encontrado debaixo de uma carteira, a encara sem levantar a cabeça, arqueando uma sobrancelha.

— Hum?

— Abre a porta.

— Você já tá tão perto, acho que pode fazer isso. — Ele disse, tentando soar delicado, mesmo dizendo o óbvio.

— Ela não está abrindo, porque você a trancou.

— Olha, eu sei que não sou a pessoa que você mais adora na face da terra neste momento, mas isso não significa que faço tudo de ruim que acontece na sua vida. — Ele se levanta e vai até a porta.

Ele força a maçaneta várias vezes, mas não consegue abrir. Dante tenta recuperar o fôlego do esforço que fez.

— Eu não acredito! Estou perdendo a aula.

Ela se encosta na parede ao lado do quadro branco e coloca as mãos no rosto.

— Acho que está emperrada.

— Tudo o que você queria, não é? — Sua voz afina quando grita.

Dante se vira e anda até ela, que se afasta dando passos para trás.

— Tem medo de mim?

— Não se tem medo de gente covarde.

Aquilo doeu profundamente no coração de Dante, mas ele não deixou transparecer.

— Não vai me perdoar mesmo? Eu não sou daquele jeito que você viu na festa.

— Ah, não? Então é de qual jeito? Por que fez o que a Angelina mandou?

Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora