Era sábado à noite, e Celina resolveu chamar as garotas para ir até sua casa.
Esperava que estivessem disponíveis e mandou as mensagens. Como não tinha o contato de Lívia, fuçou por um tempo nas redes sociais, até a achar e enviou, torcendo para que ela aceitasse o convite.
Marjorie estava em sua cama se martirizando pelo que aconteceu na noite passada quando o celular tocou. Tinha que contar para elas e essa era a chance.
Com uma calça de algodão folgada com estampa de frutas e uma blusa de alça de renda branca, pegou o elevador.
Quando atendeu a porta, Celina disse:
— Oi.
— E aí. Cadê seus pais? — Celina sinalizou para que entrasse.
— Plantão.
— Deve ser legal ter a casa só pra você de vez em quando.
— Com certeza, sempre chamo meu namorado imaginário para uma noite romântica.
Elas riram. Vale sentou no sofá.
— Chamei vocês porque sei que seremos alvo da Angelina depois da festa de ontem.
— Eu já fui alvejada, então alguma de vocês será a próxima.
— Como assim?
— Vou explicar quando as outras chegarem. — Pra quebrar o gelo, disse: — Gostei da camisola.
— Não é uma camisola. É uma blusa grande. — Celina esticou os braços para os lados, como se não fosse a primeira vez que ouvisse isso.
— Seria legal se Lívia também viesse.
— Eu a chamei. Espero que venha.
A campainha tocou. Celina abriu e viu Mona.
— É aqui que vai rolar uma festa do pijama? — ela disse enquanto levantava os braços para o alto com sacolas de supermercado.
— Cala essa boca e entra logo. — Celina disse, conferindo no corredor se o grito de Mona não tinha incomodado ninguém.
— Não é uma festa do pijama, Mona.
— Sua ruivinha inocente, somos garotas sozinhas numa casa à noite. — ela disse se virando para ela ainda de pé. — É claro que é uma festa do pijama.
Atrás dela, Celina acenava com um não.
— Eu trouxe cookies.
— Graças a você eu tenho acesso a esse tipo de comida, Mona. — Celina disse, seus pais só a deixavam comer sanduíches de atum e de frango. Não que não gostasse, mas gostaria de comer tranqueiras de verdade mais vezes.
— Sou a melhor amiga do mundo, não sou?
Celina piscou para ela, e seu celular ecoou um bip.
— É a Lívia, ela está lá embaixo! Vou buscá-la. — ela falou indo para a porta. — Marjorie, não deixe Mona pôr fogo na casa.
— Tá bem.
Ela pegou o elevador e desceu com pressa, como se sua demora pudesse fazer Lívia desistir e ir embora.
— Que bom que você veio. — Ela disse, tentando passar a empolgação.
— Que bom que me chamou.
— Vamos, as outras estão esperando.
Elas subiram em silêncio e Celina percebeu que Lívia usava uma camisa com o símbolo do reggae e um short jeans rasgado, e reconheceu que era a cara dela.
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Garotas e Segredos
Teen FictionA vida de quatro garotas se cruzam e elas possuem algo em comum: são alvos de Angelina, uma garota que adora fazer jogos e criar rivalidade. Para o azar delas, uma noite revira tudo de cabeça para baixo e uma série de acontecimentos estranhos começa...