Capítulo 7: Festa do pijama

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Era sábado à noite, e Celina resolveu chamar as garotas para ir até sua casa.

Esperava que estivessem disponíveis e mandou as mensagens. Como não tinha o contato de Lívia, fuçou por um tempo nas redes sociais, até a achar e enviou, torcendo para que ela aceitasse o convite.

Marjorie estava em sua cama se martirizando pelo que aconteceu na noite passada quando o celular tocou. Tinha que contar para elas e essa era a chance.

Com uma calça de algodão folgada com estampa de frutas e uma blusa de alça de renda branca, pegou o elevador.

Quando atendeu a porta, Celina disse:

— Oi.

— E aí. Cadê seus pais? — Celina sinalizou para que entrasse.

— Plantão.

— Deve ser legal ter a casa só pra você de vez em quando.

— Com certeza, sempre chamo meu namorado imaginário para uma noite romântica.

Elas riram. Vale sentou no sofá.

— Chamei vocês porque sei que seremos alvo da Angelina depois da festa de ontem.

— Eu já fui alvejada, então alguma de vocês será a próxima.

— Como assim?

— Vou explicar quando as outras chegarem. — Pra quebrar o gelo, disse: — Gostei da camisola.

— Não é uma camisola. É uma blusa grande. — Celina esticou os braços para os lados, como se não fosse a primeira vez que ouvisse isso.

— Seria legal se Lívia também viesse.

— Eu a chamei. Espero que venha.

A campainha tocou. Celina abriu e viu Mona.

— É aqui que vai rolar uma festa do pijama? — ela disse enquanto levantava os braços para o alto com sacolas de supermercado.

— Cala essa boca e entra logo. — Celina disse, conferindo no corredor se o grito de Mona não tinha incomodado ninguém.

— Não é uma festa do pijama, Mona.

— Sua ruivinha inocente, somos garotas sozinhas numa casa à noite. — ela disse se virando para ela ainda de pé. — É claro que é uma festa do pijama.

Atrás dela, Celina acenava com um não.

— Eu trouxe cookies.

— Graças a você eu tenho acesso a esse tipo de comida, Mona. — Celina disse, seus pais só a deixavam comer sanduíches de atum e de frango. Não que não gostasse, mas gostaria de comer tranqueiras de verdade mais vezes.

— Sou a melhor amiga do mundo, não sou?

Celina piscou para ela, e seu celular ecoou um bip.

— É a Lívia, ela está lá embaixo! Vou buscá-la. — ela falou indo para a porta. — Marjorie, não deixe Mona pôr fogo na casa.

— Tá bem.

Ela pegou o elevador e desceu com pressa, como se sua demora pudesse fazer Lívia desistir e ir embora.

— Que bom que você veio. — Ela disse, tentando passar a empolgação.

— Que bom que me chamou.

— Vamos, as outras estão esperando.

Elas subiram em silêncio e Celina percebeu que Lívia usava uma camisa com o símbolo do reggae e um short jeans rasgado, e reconheceu que era a cara dela.

Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora