Capítulo 12: Bilhete na biblioteca

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— Eu nem sei o que dizer, amiga. Deve ter sido desesperador.

Celina comentou, abraçando Mona. Estavam as quatro sentadas em uma mesa de mármore no pátio.

— Sinto muito, Ramona, que bom que está tudo bem.— Lívia disse. — Mas isso não pode ficar assim, não é? O que ela fez foi muito sério.

— Claro, e-eu — ela gaguejou — nem dormi direito essa noite pensando nisso. Temos que por um fim nessa situação.

— E você pensou em algo? — Marjorie perguntou, estava com os cabelos presos em uma trança que deixava alguns fios curtos soltos, e o batom rosado realçava a cor da sua pele.

Dante havia passado pelo pátio há pouco e ela o ignorou completamente.

— Pode parecer loucura, mas estava pensando em irmos ir à casa dela. — assim que disse isso, Ramona afrouxou o rabo de cavalo no topo de sua cabeça.

— Tipo uma visita? — Celina questionou, a voz elevada, enquanto brincava com um anel no dedo.

— Ahn, não. Vi que ela postou que esse fim de semana vai para a casa de praia, toda a família. Podíamos vasculhar o quarto dela, deve ter algo lá.

— Nossa, você subiu de nível mesmo. — Marjorie falou.

— Eu não estou mais para brincadeira. É do meu cachorro que estamos falando.

— Quando que ela saiu dos objetos e mudou para seres vivos? — Lívia fez a retórica, ainda apavorada com a notícia.

— Quando roubou seus remédios. — Celina disse.

E ela engoliu em seco.

— Então, vamos tentar? — Ramona perguntou e todas se olharam.

— Sim.

— Por mim, fechou.

— Tô dentro.

— Achei que não viria hoje.

Christopher abordou Mona na carteira de trás na sala de aula, durante o intervalo.

— Chrisnerd! Meu cachorro voltou! — ela disse. Estava feliz de verdade, mas não havia passado sua raiva pela Angelina, que estava perambulando com sua maldade pela escola, a tão poucos metros de distância.

— Ufa, eu fico bem aliviado por isso, você estava sem cor ontem.

— É, obrigada mesmo pela ajuda.

Ele bateu no peito.

— Quando precisar. — ele disse, meio esnobe. — Onde está Celina?

— Hum, ela deve ter ido comer algo, ela nunca toma café da manhã.

— Contou para ela sobre a gente?

— Contar o quê, exatamente?

A resposta dura fez Christopher mudar de expressão.

— Do nosso lance.

— Não temos nenhum "lance". — ela fez aspas com as mãos. — Somos namorados de fachada.

— Mas isso é algo — ele cruzou os braços e sentou-se onde Celina estava sentada. — É uma parceria.

Ramona gargalhou. Ela não era muito boa em ser delicada, e às vezes parecia não ligar para os outros.

— A gente tem muitos outros problemas pra resolver, não dá pra ficar fofocando, Chris.

Muitos problemas, e uma única pessoa que as causava.

Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora