Um cara havia ligado para Otávio em um domingo. Era um ex-professor da sua irmã, e alegou precisar tratar de um assunto importante, porém, ele nem deu muita credibilidade àquilo, até que ele mencionou os nomes de Lívia e Celina. Ele sentiu seu instinto de responsabilidade lhe incomodar naquele momento. Quando deram dez horas naquele sábado, ele pegou as chaves do carro e foi atrás da situação.
Quando chegou ao prédio que Arthur deu como endereço, viu Christopher na portaria.
— Chris? — Ele chamou quando ficou perto o suficiente.
Christopher se virou e percebeu que algo muito estranho estava acontecendo.
— Está indo para o apartamento 409b? — Christopher perguntou.
— Sim. — Otávio ficou desconfiado. — O que está acontecendo?
— Acho que já vamos descobrir. — Chris respondeu e fez sinal para que ele o seguisse em direção ao elevador.
Ficaram em silêncio enquanto os andares passavam, um por um, até chegar no nono andar.
Otávio tinha as mãos nos bolsos da calça jeans, sempre parecia relaxado, mesmo quando, na verdade, estava nervoso ou preocupado. Sua camisa personalizada do Prince era grande demais e estava amassada, devido à pressa em chegar lá e não ter tido a atenção em escolher algo melhor.
Christopher usava uma camisa preta com uma jaqueta por cima, que só usava quando achava que a situação era importante, e uma calça preta. Ele encontrou a porta certa e tocou a campainha.
— Oi, Christopher. — Arthur o cumprimentou dando a mão para apertar. — Otávio. — fez o mesmo com Otávio, que hesitou, mas por fim o cumprimentou de volta.
Ele fez sinal para os dois entrassem e encontraram um apartamento minúsculo, porém arrumado e bonito. O espaço era composto de uma sala, onde a sua lateral tinha uma cama, nos fundos, uma bancada para a cozinha e do outro lado uma porta que deveria ser de um banheiro.
Otávio e Christopher sentaram em duas cadeiras que estavam dispostas na sala, e Arthur sentou em um sofá pequeno de dois lugares, ficando de frente para eles.
— Vamos só esperar os demais chegarem. — Arthur falou.
Otávio arqueou uma sobrancelha.
— Vem mais pessoas?
— Sim, Dante e Heitor.
Otávio balançava a perna sem parar, claramente desconfortável com a situação.
Depois do que pareceu ser dez minutos de espera, Arthur abriu a porta e Heitor entrou, ficando completamente confuso quando encontrou os outros ali.
— Por que estamos aqui, professor? — ele perguntou.
— Não precisa me chamar de professor. — ele fechou a porta atrás de si. — Vou explicar tudo. Pode se sentar.
— É o hábito. — Heitor disse.
Mas Heitor não sentou. Apenas se encostou em uma pilastra que havia no centro da sala.
Quando Dante chegou, eles já não aguentavam mais aquele suspense. Dante sentiu a tensão daquele ambiente e se sentou na beirada do sofá como se fosse sair dali rapidamente.
— Chamei vocês porque sei que cada um aqui tem uma proximidade com cada uma das meninas. — Ele sentou de volta no seu lugar. — Celina, Ramona, Lívia e Marjorie. Espero que não tenham falado nada a elas. Não queria agir por trás, mas é só uma medida de segurança.
Nenhum dos quatro haviam entendido bem ao que exatamente ele estava se referindo.
— Mas do que diabos você está falando? Tem contato com elas? — Otávio falou em um tom sugestivo. Não estava gostando nada daquilo.
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Garotas e Segredos
Teen FictionA vida de quatro garotas se cruzam e elas possuem algo em comum: são alvos de Angelina, uma garota que adora fazer jogos e criar rivalidade. Para o azar delas, uma noite revira tudo de cabeça para baixo e uma série de acontecimentos estranhos começa...