Capítulo 23: Não conte a ninguém

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Eram seis e cinquenta da manhã. E era a segunda da última semana de aula antes das férias. E duas semanas para o workshop de física. E Celina ainda não havia falado com seus pais.

Depois de todos esses pensamentos ao acordar, decidiu levantar de uma vez para se arrumar para escola. Seus pais pareciam bem humorados e preparavam um belo café da manhã, embora Celina só tenha tomado uma xícara de café. Pegou sua mochila e o celular quando saia para verificar as mensagens e últimas notificações e dar uma olhada nas notícias.

Viu que tinha um SMS não lido, enviado às seis e cinquenta da manhã. Exatamente na hora em que acordou.

"Tenho uma proposta. Denuncie Arthur anonimamente a polícia ou eu conto a seus pais sobre sua escolha de profissão. Você tem 24 horas pra fazer algo. E não conte a ninguém. Beijos."

Marjorie gritou no corredor pedindo para ela segurar a porta do elevador. Escondeu imediatamente o celular quando ela entrou.

— Você ia sem mim? Por que não me chamou?

— Desculpa, ruiva, me esqueci completamente. Tô com a cabeça um pouco longe.

— Não tem problema. — Marjorie esboçou um sorriso forçado.

Celina tinha uma decisão para tomar, e não tinha muito tempo. Então, bolou um esquema:

Depois da aula, diria as meninas que ia ao médico. Estando sozinha, iria até a delegacia responsável pelo caso de Angelina e faria a denúncia. Voltaria para casa e diria qualquer coisa sobre a consulta, e quando a bomba estourasse, fingiria não saber de nada, para que as meninas não percebessem.

Ok, não era um plano super maligno, era só uma mentira. Mas ela sentia mais perigo nessa, já que a dona das mensagens pediu segredo. Agora, tinha um segredo com o próprio inimigo. Era um filme de terror.

Tentou agir normal durante o dia.

Tentou agir normal durante o dia

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Lívia estava claramente perdida. Perdidamente apaixonada por Otávio Monteiro. O estudante de Letras que estagiava em uma editora local e era extremamente bonito para ela. Era o irmão da sua amiga, Ramona, mas até agora isso não parecia ser um problema. O maior problema eram seus segredos, segredos que ela não queria que ele soubesse.

— Tenho uma coisa pra você. — ele disse assim que ela entrou na sua casa.

— Não vai nem me convidar pra sentar?

— Não preciso. — ele deu um sorriso que a deixou sem graça. — Bom, eu tô bem empolgado com isso. — ele se virou tentando criar um suspense e pegou algo na mesa da sala de estar. — Terminei meu livro. — ele se voltou para ela novamente e mostrou uma pilha de folhas presas em clipes. — E é claro, preciso de uma opinião externa, e eu só consegui pensar em você.

No primeiro momento ela não soube o que dizer. Aquilo era incrível, claro, e significava que ela era importante para ele, e sua opinião também.

— Uau, Otávio. Isso é muito legal, vai ser um prazer ler seu trabalho. — ela pegou o livro, ficando empolgada também.

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