Capítulo 13: O Quarto do Angel

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— Você não vai comer esses doces? — Celina perguntou com delicadeza a Lívia, que ignorava completamente a variedade de guloseimas no centro da roda que as quatro faziam.

— Não posso. — foi só o que disse.

— Tem diabetes?

— Ramona! — Celina a repreendeu.

— Não tem problema, eu não tenho nada. Mas já tive anorexia, e se comer isso, vou querer vomitar, e não quero fazer aqui, com vocês. — ela se abraça. — Faz um bom tempo que não faço isso, recebi cura provisória, mas até agora realmente pareço curada. É só não comer nada que contenha quantidade absurda de açúcar, muitas calorias, ou que pareça gorduroso.

— Nossa. Desculpe, por só pegar porcarias. Posso fazer um sanduíche, se quiser. — Marjorie ofereceu, se sentindo mal pela amiga.

— Ah, não precisa. Estou satisfeita com o suco.

— Lívia, queria te mostrar as fotos que fiz suas naquele dia na praia, lembra? Ficaram ótimas, devíamos marcar de fazer outras.

Ramona mexeu no computador de Marjorie por alguns segundos e virou em seguida para que todas vissem.

— Ficaram bem espontâneas. — Celina disse, sorrindo para Lívia.

— Você é muito boa, Ramona. Conseguiu tirar as fotos enquanto eu estava em movimento, parece difícil de fazer.

— Não é não, é só fazer uns ajustes na velocidade da câmera e encontrar a certa.

— Velocidade na câmera? — Celina pergunta, jogando um marshmallow na boca.

— É, e não é física, sua louca. É configuração técnica.

Elas sorriram juntas.

— Você parece saber muito, Mona, pretende fazer faculdade?

— Sim, quero ser fotógrafa, sem dúvida. E quanto a ela, — Mona apontou para Celina com desdém, em tom de brincadeira — vai fazer física, até onde ela pensa, né, porque seus pais querem que ela faça medicina.

— Escolha difícil. — Lívia se voltou para Celina.

— Não é uma escolha. Já tomei minha decisão, só preciso contar a eles.

— O que não vai ser nada fácil. — Mona disse, pegando na mão da sua amiga, a fim de consolá-la, que por sua vez retribui com um biquinho.

— E agora, o que vamos fazer para matar o tempo? Ainda são dez horas. — Marjorie perguntou.

— Vamos de carro ou a pé? — Lívia se surpreende ao se dar conta que esqueceram de pensar nisso.

— Não podemos sair andando por aí a pé, é perigoso. — Celina disse, mexendo no seu celular que havia vibrado com uma mensagem da sua mãe que dizia: "tome cuidado e evite comer porcarias. Boa noite."

Só que já era tarde demais.

— Uber? — Mona pensou alto.

— Não! Não podemos dizer a ninguém aonde vamos.

— Bom, tem o carro do meu pai. Mas quem iria dirigir? — Marjorie se levantou e pegou as chaves do carro.

— Tenho habilitação, não teria problema em dirigir. — Todas se voltam para Lívia, surpresas.

— Você parece um poço de mistérios, Lívia, no bom sentido, claro. — Celina comentou, feliz pelo problema estar resolvido.

— Só não faço ideia de como andar aqui no Rio. Vocês meio que vão dirigir comigo, me guiando.

Garotas e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora