O hospital em que Angelina foi realocada era o melhor da cidade. Seus pais apareceram (mesmo sabendo que ela estava completamente bem) e ficaram conversando com os policiais sobre os últimos acontecimentos, Angelina ficaria para fazer uns exames de avaliação, algo que faz parte do procedimento quando alguém desaparecido é encontrado.
Clarissa foi pega em flagrante, com uma garota de menor de idade no banco de trás, amarrada nos pés e nas mãos, com fita na boca. Ela foi encaminhada direto para a delegacia e ninguém ainda sabia sobre o seu destino.
As quatro estavam sentadas na sala de espera do hospital enquanto os garotos saíram para comprar algo que servisse de café da manhã. Elas saltaram do sofá quando viram Arthur entrar.
— O que você está fazendo aqui? — Celina perguntou quando estava perto o suficiente.
— Vim vê-la.
— Tem policiais aqui, devia evitar ficar na presença deles. — Lívia disse, com cautela.
— Eu sei. Estou muito feliz que tudo tenha dado certo, e agora preciso fazer a minha parte do plano.
Quando disse isso, Arthur voltou seus olhos para Fernando e Mariela, os pais de Angelina. Ele queria por um fim naquilo, pedir desculpas e acabar com toda essa história de professor pedófilo, ou seja lá do que definirão o que aconteceu.
Ele queria consertar as coisas.
As meninas queriam a verdade.
Era justo que todos tivessem o que queriam naquele dia, que mal havia começado e já tinha sido cansativo. Eram oito e pouca da manhã e elas estavam nervosas, ansiosas para enfim terem o momento que ansiavam há tanto tempo.
Arthur não esperou que elas dissessem nada e foi na direção dos pais de Angelina. A princípio, eles não o reconheceram, mas depois seus rostos eram de raiva e incompreensão. A conversa foi ficando mais tensa e as quatro puderam ouvir algumas palavras.
— Eu sinto muito por tudo isso, Sr. Rivaldi. Mas fui penalizado pelo que fiz e vim aqui dizer que tudo chega ao fim hoje. — Arthur disse, mal encarando os dois à sua frente.
— Por mais que eu queira lhe processar e fazer o possível para que você nunca mais dê aula na sua vida, eu não vou fazer nada. Não fiz quando foi afastado por causa de Angelina e vou manter. — Fernando aponta o dedo para Arthur. — Mas não pense que terá algum contato com ela. Se veio aqui para vê-la, pode ir embora.
Fernando tinha sua gravata folgada no pescoço, claramente por ter saído do trabalho para ver a filha. Mariela estava bem vestida, mas os olhos estavam cansados, não devia ter o hábito de acordar cedo.
Arthur abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas o casal saiu e sentou-se em um lugar mais afastado da sala de espera. Arthur, sem saber o que fazer, apenas colocou as mãos no bolso e começou a se retirar do local, quando Ramona o puxou pelo braço.
— Talvez a gente consiga fazer você entrar lá para vê-la. Distrair os guardas e coisas do tipo. — Ela deu de ombros.
— É melhor não...
— Você que sabe.
Arthur meneou a cabeça e por fim decidiu.
— Voltarei depois das dez, eles provavelmente já terão ido. — ele inclinou a cabeça na direção dos pais de Angelina e Ramona assentiu.
Otávio, Dante, Christopher e Heitor voltaram com algumas coisas para comer. Todos se sentaram em um grande sofá, em silêncio.
Marjorie sentou ao lado de Dante e pegou o chocolate que estava na sua mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garotas e Segredos
Ficção AdolescenteA vida de quatro garotas se cruzam e elas possuem algo em comum: são alvos de Angelina, uma garota que adora fazer jogos e criar rivalidade. Para o azar delas, uma noite revira tudo de cabeça para baixo e uma série de acontecimentos estranhos começa...