Capítulo 27: S.O.S

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Nas segundas, a primeira aula era de inglês. Mas não foi Arthur quem entrou na sala. Marjorie sentiu uma pontada de culpa ao se lembrar do evento antes das férias, do professor jovem e apaixonado pela aluna sendo levado pela polícia. Provavelmente foi afastado da escola.

O professor substituto era demasiadamente alto, tinha cabelos grisalhos e usava óculos de grau redondo.

Os boatos que estavam rolando por colégio sobre esse assunto era o que de fato aconteceu: o envolvimento amoroso que ele e Angelina tiveram no fim do ano passado.

Ela quis não comentar sempre que alguém chegava para falar do assunto. Mesmo sendo verdade, e Arthur tendo o que merece, sentiu pena dele, sentiu que era algo muito ruim. Por que, que diferença fazia já que Angelina estava desaparecida? Ele ser o responsável pelo seu desaparecimento? Difícil. Ela não acreditava nesta opção.

Mas não podia sair falando por aí.

Após a aula química, no laboratório, era a hora do intervalo, ou seja, todos saiam correndo para ir até a cantina ou até o pátio.

Ramona saiu na frente dizendo precisar de um sanduíche, pois não havia tomado café. Então, Celina saiu devagar pelo corredor com os livros nas mãos. Mas sentiu uma mão em seu ombro, que a empurrou de leve na parede.

Era Heitor. Ele encostou em seu corpo e a beijou sem dizer nada. Celina correspondeu com a mão que estava livre em volta do seu pescoço, mas se afastou depois.

— Não devíamos estar fazendo isso aqui. — ela sussurrou.

— Eu nunca consigo ter você só pra mim, sempre está com suas amigas ou estudando.

— Eu não quero que meus pais descubram. Desculpe, por isso não te chamei pra ir em casa, nas férias.

— Eu entendo. — ele encosta a testa na sua. — Estava com saudades.

— Eu também. Mas precisamos ir.

Ele balançou a cabeça e saíram lado a lado mantendo uma certa distância para não levantar suspeitas. Celina pensou que, se as coisas estivessem diferentes e Angelina tivesse ali, teria percebido e já estaria fazendo seus joguinhos, jogando piadas e com certeza seria um post do seu blog.

Isso a fez sentir um calafrio.

Se realmente estavam juntos de novo, por que não contou a suas amigas? O que a estava impedindo? Ela não sabia.

— Tenho que contar para as meninas.

— Hum?

— Sobre a gente.

— Achei que já tivesse contado. — ele disse ao entrarem na sala.

Celina guardou seus livros na mochila.

— Não, não tive tempo. Mas acho que quando contar ficará mais fácil. — ela falou e começou a andar em direção à porta.

— Olha, Celi. — ele segurou em seu braço e ela se virou. Estavam sozinhos. — Não me importo se tiver que ir na sua casa pedir a seus pais para namorar você. Já fiz uma vez. Tudo bem que ficarão felizes demais, não precisamos ligar. E se não ficarem, já que nossos pais não são mais tão amigos desde o fim do contrato, melhor ainda. Eles não têm que opinar sobre a gente. E Celi, eu juro, eu quero isso. Quero a gente.

Os olhos de Celina encaravam os de Heitor, marejando em lágrimas.
Ela queria também.

— Tudo bem, você tem razão. — ela se aproximou e segurou em sua mão. — Só me dá uns dias e isso vai acontecer.

Ele contraiu os lábios e sorriu para ela.

Ele contraiu os lábios e sorriu para ela

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