Capítulo 8: Não surte, querida.

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Algumas semanas se passaram em silêncio total. Silêncio significa que Angelina não mostrou suas unhas uma única vez, desde a festa na sua casa de praia.

Celina, Ramona e Marjorie se mantinham próximas e atentas. Estavam desanimadas por não conquistarem a ajuda e a amizade de Lívia. A garota era meiga e adorável aos olhos, mas por dentro estava dura como concreto.

Era sexta-feira. Aula de educação física, que era considerado inútil para Celina, já que tinha asma e IMC abaixo do nível. Ela vinha tentando várias dietas para ganhar peso, mas foi perda de tempo, e jogar por duas horas de aula a deixava desidratada.

Porém, Ramona se dedicava aos esportes. Vôlei e Handebol eram seus prediletos. Sempre levava peças de roupas esportivas para as aulas e sempre era a capitã dos times, quer dizer, ela e Angelina.

Mas, naquele dia, Angelina ainda não estava na quadra se alongando para a aula. "Estranho". Pensou Celina sentada na arquibancada. Decidiu procurá-la na sala e nada. Nos corredores, sem respostas.

A aula estava começando quando Celina a avistou correndo para a quadra e entrou no meio do grupo sem que o professor Júlio a notasse.

Celina desistiu de tentar descobrir o que raios ela estava fazendo e foi até o vestuário pentear os cabelos.

Na frente espelho, se encarava e pensava mais uma vez em Heitor. "Droga". Pensou, ela odiava isso. Odiava pensar nele e odiava ele. Mas Celina parou de pensar nisso quando ouviu um choro. Havia alguém na última cabine.

Ela andou devagar até ele e deu um toque na porta.

— Tudo bem com você?

— Tudo. Pode ir. — a tal garota disse.

— Posso ajudar, não faça isso.

A garota abre a porta repentinamente com força e faz Celina saltar para trás até o balcão.

A garota era Lívia.

Ela sussurrou.

— Eu não fiz aquilo, eles têm que acreditar em mim.

Suas mãos estavam trêmulas, os olhos para fora. Assustador.

— O quê? O que você não fez?

Ela tornou a chorar. Imediatamente Celina pegou seu celular e enviou uma mensagem para Marjorie.

— Eu não posso contar.

— Hum, tá. Senta aqui. — ela apontou para o banco na parede.

Marjorie chegou e se assustou.

— O que houve com ela?

— Não faço ideia.

— Vi no horário das turmas, que a turma dela tem aula de educação física antes de vocês. Acho que acabou e ela ficou por aqui.

Marjorie tinha razão. Lívia estava com uma legging preta, e uma camisa regata azul.

— Devemos chamar a diretora?

— Preciso ligar para a minha mãe. — Lívia disse, encarando o chão.

— Ok. Ótimo. — Celina procurou pelo celular de Lívia, e discou o contato da mãe dela.

 — Celina procurou pelo celular de Lívia, e discou o contato da mãe dela

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