Capítulo 25: Eu fiz algo ruim

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— Aonde você vai? — Marjorie perguntou a sua mãe quando a pegou colocando brincos às pressas no início da noite de um sábado.

— Sair com o Murilo. Lembra que te falei dele?

Desde que chegou, Marjorie se surpreendia em como Paola estava se saindo bem na superação do divórcio, já que meses atrás, ela ligava para filha chorando dizendo que se sentia sozinha.

— Hum, sim, que bom que estão se dando bem.

— Não é? — ela correu para o outro lado da sala e pegou sua bolsa, aproveitando para dar uma última checada no batom. — Se eu não chegar antes da meia-noite, não me espere.

E antes que Marjorie pudesse dizer algo, sua mãe já tinha ido embora.

Marjorie estava odiando a fase pegadora da sua mãe, pois desde que chegou no Maranhão, não teve sequer um dia inteiro com ela, o máximo foi uma tarde de compras no shopping. Tudo estava muito estranho. No trabalho, em casa, o jeito que sempre saia e as conversas muito justificadas. Era hora de investigar.

Decidiu entrar no quarto da mãe em busca de alguma informação. Ligou seu computador, mexeu em gavetas e caixas do guarda-roupa, mas só achou algo dentro de uma fissura dentro do colchão, graças a um filme que havia visto meses atrás.

Era um documento de perda de licença, junto com arquivos de vários pacientes que ela tratou nos últimos três anos.

Mais mentiras. Sua mãe não trabalhava mais como psicóloga fazia sete meses. Os pacientes nas fichas, não tiveram progresso com o tratamento dela. Em especial uma, que parecia uma espécie de cobaia de Paola, e aquilo deixou Marjorie assustada. O que sua mãe fez?

Na ficha, ela leu o caso de uma mulher chamada Clarissa Souto. Jovem e aparentemente bem na foto no canto superior esquerdo da foto, Marjorie descobriu que ela era uma estudante no sétimo período de psicologia e que tinha encontros frequentes com sua mãe no consultório. Por algum motivo, isso foi investigado, e descoberto pelo seu pai. Mas uma vez, sem respostas para algumas perguntas.

Seu celular vibrou no bolso e ela levou um susto por ficar tanto tempo em um completo silêncio.

Seria ilusão dizer que não foi outra mensagem anônima.

"Quente."

Aquela foi de longe a mensagem mais estranha que ela tinha recebido desta pessoa até agora. Tudo bem que ela nunca entendia as mensagens, mas essa não era tão assustadora, mesmo que isso não a acalmasse. Tirou fotos das fichas e as colocou de volta dentro do colchão, e saiu, certificando-se de que estava tudo intacto no quarto.

Minutos depois, ela entendeu a mensagem. Estava chegando perto da verdade. Mas também percebeu que não sabia como isso havia interferido no divórcio de seus pais. Tudo ainda era confuso, fora de contexto e com furos.

E ela não podia fazer muita coisa, a não ser esperar sua mãe voltar para casa.

E ela não podia fazer muita coisa, a não ser esperar sua mãe voltar para casa

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