Na Casa de Giulia

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A casa dela fica num bairro nobre da cidade. Um tipo de bairro que não existiu na cidade de meu mundo, onde nos bairros classe alta, as casas eram todas muradas, neste mundo sem violência, as casas não possuem muros, mas belos gramados bem cuidados, uma casa muito bonita com uma construção bem apurada, toco a campainha, demora um pouco e uma
senhora vem abrir a porta, é a mãe de Giulia, ela me recebe muito bem e aproveito para conhece-la, ela é muito muito simpática e um tanto idosa para ser a mãe de uma jovem de 20 anos de idade, me oferece chá e biscoitos e conversa vai, conversa vem, ela me faz uma revelação - Giulia como você bem sabe, - Sei? Penso - não é nossa filha biológica, o reverendo a encontrou quando era um lindo bebê na porta da sua igreja, ele então nos presenteou com esta criança que só nos dá alegria
- Pensei - interessante.

- Ela era uma menina tímida e até tristinha, até te conhecer Gustavo, obrigado por fazer nossa menina feliz, mas sei que você está ansioso para vê-la meu jovem, então vá vê-la logo, é só subir a escada para o quarto dela.

- Vou subindo a escada devagar para não fazer barulho, mas com o coração batendo como de um adolescente, não bato a porta, giro a maçaneta silenciosamente.

-A encontro com um shortinho colado e blusinha de barriga para baixo de cara no notebook vendo um vídeo.

- A contemplo por alguns segundos até me jogar na cama quando ela esboça surpresa agradável e me enche de beijos.

- Minutos depois, estou com a cabeça em seu colo com ela afagando meu cabelo, conto como foi meu dia e ela como foi o seu, brincamos um com outro descontraidamente nos atacando com os travesseiros e digo que gostei da mãe dela - ela me olha com estranheza.

- Como assim? Gustavo faz um ano que a gente namora e você já me disse isso, minha mãe sempre te tratou bem.

- Fico sem jeito, e digo que hoje ela me tratou melhor ainda, ela olha um instante meio desconfiada, mas logo abre um sorriso e diz.

- Quer ver o ensaio da peça teatral que estamos montando? A Karla filmou.

- Deixa eu ver.

Ela está usando um traje de época fazendo uma declamação a um garoto também vestido com trajes de época, alguns colegas também estão fantasiados no palco, a câmera mostra outros colegas sem fantasia que observam próximo à cortina, um deles parece dirigir a peça e o foco da câmera se volta para as cadeiras da plateia que tem alguns espectadores formados por outros alunos e professores sentados na primeira fileira, quando percebo sentado na última fileira no fundo onde a iluminação é mais fraca o homem de preto com seu chapéu, a câmera volta para a apresentação, sinto um calafrio e digo.

-Espere, volte o vídeo... Pare aqui.

- O que foi?

- Esse cara no fundo da plateia?

- Aqui?

- Sim, quem é ele?

- Eu deveria saber? - Ela diz isso aborrecida. - Queria saber se você gostou de minha atuação e você se importando com um estranho que mal dá para ver no fundo da plateia? Tenha dó Gustavo

- Faz beicinho e fica com uma cara amuada com as bochechas infladas. Fecho notebook e a beijo e a jogo na cama, ela no início está fria por birra, mas conforme a vou lhe beijando com ela girando minha língua com a sua ao mesmo tempo em que vou tocando nela por baixo de sua blusa, ela se entusiasma e começa a abrir os botões de minha camisa.

- A coisa estava ficando muito gostosa quando a mãe dela bate no quarto. Nos recompomos e a mãe diz para descermos para jantar. Ela coloca rapidamente um vestido e descemos.

O jantar foi complicado para mim, o pai dela conversa comigo vários assuntos, a mãe me olha com uma cara amistosa e eu tento buscar as respostas na mente do Gustavo deste mundo, que ainda estou acessando aos poucos, ao mesmo tempo estou tenso com a nova aparição do homem de preto.

- Na mesa o pai fica numa ponta, a mãe na outra ponta e nós, no meio um frente ao outro, ela me olha ora apaixonada, ora desconfiada, franzindo a testa cada vez que dou uma resposta incoerente a seu pai, para não complicar mais a situação, agradeço o jantar e digo que tenho que ir, Giulia me olha desapontada e me acompanha até a porta na frente da casa, ela percebe meu semblante preocupado.

-  O que está acontecendo amor? Fala pra mim.

- Fico embaraçado, preciso protegê-la e ao mesmo tempo, não posso lhe dizer nada, a melhor coisa que consegui dizer foi.

- Olha...Só te peço que confie em mim.

-Você está me assustando Gustavo, o que está havendo? Você tem outra?

- Não! Nunca! Eu te amo! Acredite!

- Pensei que ela ia me olhar desconfiada mais uma vez, mas ela me abraça bem apertado.

- Me liga quando chegar está bem?

- Sim e só chegar que te ligo. Ela me olha com uma cara preocupada entra e fecha a porta, ainda no carro ligo para Marcus e digo que me encontre no meu apartamento, quando chego ligo para Giulia e após várias juras de amor, peço que ela me envie o vídeo do ensaio, quero ver a apresentação dela, ela envia o vídeo e Marcus chega, mostro o vídeo e mais, revelo a verdade sobre mim, pois preciso da ajuda dele para salvar Giulia, ele de início se mostra incrédulo.

- Então você não é o meu amigo Gustavo?

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