Um casal "normal"

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Poucos dias depois no flat de Gustavo. Giulia está nua na cama apoiando a cabeça com o cotovelo, as coxas sobre as coxas dele, passando carinhosamente o dedo médio no peito musculoso de Gustavo. Eles só conseguem conter a tensão fazendo muito sexo.

- Que loucura isso tudo Giulia, como vamos achar esta tal espada?

- Ainda não sei, mas eu sei que vou consegui-la, caso contrário, não faria sentido eu estar aqui.

- E este outro anjo Munik...

­- O que tem ela? - Giulia levanta lhe lançando com um olhar de ciúme.

- Calma amor, antes eu achava que ela não gostava de você.

- Bobagem, pura rivalidade, só da parte dela, que eu saiba somos os únicos anjos de essência feminina. Ela inveja meu poder de curar, que ela não tem.

- Não?

- Querido nem todos os anjos são iguais. E fique bem longe dela, senão terei que mata-la. Suspeito que Munik se tornou uma psicopata depois do que aconteceu com ela em Harlok. Ela queria o poder de curar somente para poder usar em suas torturas, ferindo, curando e ferindo novamente simultaneamente - Estava falando sério.

­- Você pode matá-la Giulia?

- Ainda duvida? Posso matá-la, não só a ela, como aos outros dois também, se desconfiar que alguns deles pode ser uma ameaça a nós ou à Terra. Eles passaram séculos em Harlok, eles tinham privilégios em Harlok e se consideram de lá. Não esqueça que eles só ficaram do nosso lado quando perceberam que os mentores os traíram. Mas agora precisamos deles e eles de nós.

- Como você sabe disso tudo?

- Quando durmo os celestiais me dizem tudo o que preciso saber, inclusive o que posso e o que não posso fazer.

Gustavo fica chateado com sua amada por ela omitir mais isso

­- E o que você não pode fazer Giulia?

Giulia pensa um pouco - Ainda não posso me transpor entre as dimensões sem precisar de máquinas. Os celestiais dizem que isso como tempo poderei fazer, até mesmo chegar à dimensão deles. Os poderes vem gradativamente com o tempo, e alguns poderes não são autorizados a todos os anjos.

- Você tem algum ponto fraco Giulia?

­- Tenho...

- Qual?

- Você - não fala como uma declaração romântica, mas como um fato.

- O que? Me explica isso direito, pois não entendi.

- Nem se quisesse poderia te machucar.

- Você gostaria de poder?

-Amor que pergunta, eu te amo mais que tudo. Será que você não consegue entender? Você mesmo viu, naquele dia, ano passado, quando ainda não sabia o que eu era. Só de pensar em discutir com você por um ciúme bobo, fiquei sem fala. Gustavo você me magoa com uma pergunta dessa.

-Você já me escondeu um monte de coisas Giulia ­- Diz aborrecido - Ano passado você me disse que não era um anjo e não tinha poder algum. Era verdade?

- Não... - Responde de cabeça baixa e envergonhada.

- Amor por favor, não vamos brigar por bobagens. Só queria ser uma namorada normal para você que é humano. Se eu tivesse a ideia de te machucar eu mesmo me mataria.

Ah é? - Pega a mão direita dela e coloca sobre seu coração - Se você não pode me ferir nem se quiser então tente disparar.

-Não! Grita assustada - Giulia pega em mais uma mentira com o pedido, puxa rapidamente sua mão e coloca junto a outra para trás. Não permitindo mais que Gustavo pegasse em suas mãos.

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