O Mundo de Etar

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Pego no sono esperando só dormir sem sonhar, mas me vejo primeiro num lugar celestial onde tudo é bonito. As pessoas se vestem de forma diferente e tem um ar pureza e bondade, vejo outras garotas tão lindas quanto Giulia, é um sonho bonito. Mas de repente este lugar vai ficando borrado como se estivesse sendo apagado e em seu lugar, vai surgindo um lugar sinistro. Tento acordar, mas estou agora num pesadelo bem realístico. Uma estrada envolta de uma bruma. O lugar é frio e todo cinzento e a atmosfera é pesada, não dá para dizer se é dia ou noite. Vejo uma figura se aproximar vindo na estrada, ao se aproximar sei que é o homem de preto. Eu paro e ele para também. Não consigo ver seu rosto, ele está de cabeça abaixada e o chapéu encobre seu rosto.

– Não sinto medo de você Etar, o que você quer? – Ele aponta para um local em direção à esquerda onde vejo a imagem de Giulia. Contenho-me e pergunto e pergunto: – O que é você? Ele ergue lentamente a cabeça e eu vejo um ser com parte do rosto oculto e a parte visível, é sem cor nem vida, não tem nariz, nem boca e no lugar do seu olho só existe um buraco negro de escuridão profunda. É assustador. Acordo sobressaltado. Giulia dorme tranquilamente. Ao amanhecer a deixo em casa e peço que ela não saia. Até eu voltar para buscá-la. Ela não faz perguntas e concorda.

– Com Marcus descrevo a figura de Etar e digo que irei ao mundo onde o único corpo vivo dele existe. Ele diz -Gustavo, Etar é muito perigoso, ele se tornou em algo mais que uma anomalia. Ele é um ser maléfico, e como você mesmo disse, já destruiu o mundo de onde você veio, se você for, só teremos energia para te fazer voltar uma ou duas vezes no máximo, além disso, se você for transportado novamente você provavelmente morrerá aqui, digo sem hesitação – ele é uma ameaça à Giulia. -Como você pretende enfrenta-lo? Em seu mundo ele é poderoso –isso eu sei, acredito que ele ainda não consegue atacar Giulia por este mundo ainda ser mais evoluído que a outra Terra, mas isto não significa que ele não vá se fortalecer com o tempo e usar seus poderes mentais para causar o caos por aqui também, e quando alimentando de energias negativas poderá atacar Giulia– mas porque que Giulia? – Me perdoe amigo, mas ainda não posso te dizer, por favor me transfira agora Marcus e se eu não voltar diga a Giulia que sempre a amarei onde quer que esteja. Marcus me olha horrorizado – você pretende arrastar Etar à Zona Nula mesmo que tenha que morrer para fazer isso? – É a única forma, pego capacete. Marcus programa a máquina para a dimensão onde se encontra Etar. Me deseja uma boa sorte emocionado, e aciona o botão de transferência. Desta vez não é sonho, minha mente se encontra numa cidade sombria, numa dimensão com aspecto sinistro. Construções de um período aparentemente indefinido. Uma névoa brota do chão e olho para as ruas onde os corpos ainda estão com o sangue cujo o cheiro, enjoativo empesteia o ar. Eles parecem ter sido atacados por uma fera. Caminho pelas vielas, silenciosas sem a indicação de ninguém vivo. É um lugar assustador. Ouço o som de um corvo e vejo a ave bicando os olhos furados de um cadáver. Procuro ignorar estas visões, adiante vejo uma fileira de corpos espetados em estacas. É um cenário dantesco que Etar causou. O objetivo é causar o terror nas infelizes consciências que ele rapta para este seu mundo doentio. Caminho mais adiante como se estivesse num pesadelo. A rua vai acabando e as construções vão ficando para trás. A frente só a névoa. Paro então vejo se aproximando a figura do homem de negro com chapéu. Ele caminha em minha direção e para. Penso: não vim a este lugar para ter medo de uma anomalia então o enfrento:

– Aqui estou Etar, eu também posso entrar em seu mundo.

-Quem ou que é você?

– Ele finalmente fala, mas sua voz não sai de sua boca, pois ela não existe. A voz parece estar em todo o lugar.

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