Hanna

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No início tudo era escuridão então Deus disse: – Faça-se a luz. – E com ela começa a surgir toda criação. Não, verdade a história é mais complicada que isso. Se pensarmos em Deus como o Criador teremos nos perguntar quem criou Deus? E se soubermos quem criou Deus logo estaremos perguntando quem criou o criador de Deus? E assim sucessivamente, ficaríamos por toda a eternidade obtendo respostas e logo em seguida, perguntado novamente. O Criador não foi criado por nenhum deus anterior, nem criou a si próprio. Ele surgiu fora do espaço e do tempo numa dimensão impossível de sequer ser imaginada, mesmo pelos os anjos, que são aqueles que tem apenas um pouco mais de entendimento sobre o que é o Criador. Coisa que humanos não tem e, nunca terão nenhum. Mas quem ou que são os anjos?

Zidwe

– Hanna acorde...

Hanna (rana) que estava deitada com a o rosto encostado no piso em posição fetal desperta ao ouvir esta voz masculina, e se vê num centro de um grande círculo em um imenso laboratório quase idêntico ao que ela trabalhava como operadora de uma máquina de transporte interdimensional em Harlok. O local está quase escuro com poucas luzes acesas.

Há uma imponente espaçonave quase igual a exclusiva dos anjos que existia em Harlok que está posicionada em um dos dois trilhos que levam ao centro de transferência onde ela estava. Hanna esta confusa por ter sido posta para dormir em Harlok pelo anjo Munik e estranha estar só, sem seus colegas. Acredita que ainda está em Harlok poucas horas após se posta para dormir e caminha até o painel e tenta acessar a máquina, apertando os comandos que ela bem sabia usar. Uma senha é pedida e Hanna coloca a que ela usava para acessar a máquina em Harlok.

Um alarme toca e todas as luzes se acendem. Uma voz sintética começa a falar:

–Alerta intrusão! Alerta intrusão! TUM, TUM TUM TUM

Hanna muito assustada tenta fugir do local corre pelo grande salão e topa com um grande portão metálico que está trancado, se volta para o centro de transferência vê a forte luz branca surgir. Dois anjos com trajes de combate surgem.

Eles usam capacetes que lhes encobrem o rosto e vem com uma postura bem agressiva em sua direção. Um deles pergunta apontando uma arma em sua direção.

– Quem é você e como conseguiu entrar aqui?

–Ela não entende o que eles perguntam e ainda assim responde.

– Meu nome é Hanna, sou Harlok, fui posta para dormir por um anjo chamado Munik e não sei como vim parar aqui.

Hanna está com muito medo. O anjo armado fala para o outro – ela usa o idioma de Harlok, temos que atualizar sua mente para nosso idioma. Toca na testa de Hanna e ela apaga novamente.

Acorda novamente e se vê envolta aos mesmos anjos já sem capacetes e mais dois todos jovens como ela mas, fortes e altos. Está presa a uma cadeira algemada com as mãos para trás. Os anjos que não parecem prestar a atenção nela e estão reportando o acontecido a uma jovem que parece ser a comandante ali que ouve tudo muito séria, mas não está olhando para ela. Hanna finge que ainda está dormindo para ouvir a conversa.

–Uma mensagem gravada de Perth, surgiu na tela principal da máquina logo após a colocarmos para dormir. Nesta mensagem e pede que quando uma menina surgisse dizendo que ele a enviou de Harlok que lhe déssemos um bom tratamento e só isso. O que faremos Kirly? – Pergunta Antônio.

–Não seria melhor comunicarmos Gustavo e Giulia? – Pergunta Roberto

–Não consigo contatar os dois, o que tem me preocupado, mas não vejo perigo nesta garota já que Perth que a enviou.

– Então omitiremos isto aos anjos comandantes? – Pergunta Carlos.

– Que parte do falei vocês não entenderam? Estamos sem contato com os outros anjos. – Kirly se volta para Hanna.

­– Hanna pode parar de fingir que está dormindo. Sabemos porque Munik pôs você para dormir, só não sei porque Perth a enviaria para esta época e justamente a nosso laboratório. Você pode me dizer porque está aqui, e por que tentou acessar nossos sistemas?

– Estou na Terra?

– Sim, responda minha pergunta.

– Eu fui operadora de uma máquina como esta em Harlok. Os anjos Esdrak, Munik, Perth e Kirly entraram no laboratório com um humano... Eu quase fui morta pelo anjo Kirly...

– Giulia é o nome dela. Sei desta história da fuga do palácio dos mentores. O que quero saber porque você está aqui Hanna e porque tentou acessar a máquina, responda.

Eu não sei, Giulia mandou que eu e meus colegas fossem postos para dormir e só o que me lembro. Queria saber o que tinha acontecido pois saquei que este lugar não era o laboratório que trabalhei, mas achava que estava em Harlok... Como operadora só queria saber onde estava. Se você não me considera uma ameaça pode mandar tirar estas algemas, meus pulsos estão doendo...

–Antônio retire as algemas dela. – Ordena Kirly.

– O que faremos com ela depois? Não acredito na história dela, e mensagem pode ser falsa e o que vimos pode não ser Perth, é o que acho, e você Antônio? – Pergunta Carlos.

– Não sei, ela só me parece uma menina indefesa. – Carlos que foi o que apontou a arma para Hanna olha indiferente para ela que está com muito medo olhando para um e para outro tentando achar algum que lhe seja simpático.

– Eu também não a vejo como ameaça, desde que fiquemos de olho nela. – Diz Rodrigo.

– Por favor me enviem de volta a Harlok. Como eu, uma simples humana posso ser uma ameaça a vocês anjos?

– Para você revelar sobre nossa máquina aos mentores que de alguma forma podem ter reconstruído uma outra máquina de transporte? Você está presa garota.­ – Mente Carlos.

­–Te enviar de volta a Harlok é possível mas não faremos isso Hanna. Fomos orientados a não ter nenhum contato com Harlok. E pelo o que bem sei, no nosso tempo aqui na Terra estes eventos ocorreram a quarenta anos atrás. E mesmo que fosse autorizada a faze-la retornar a Harlok no tempo em que você foi enviada, certamente você seria torturada e morta pelos guardas de Harlok logo que retornasse, não posso permitir isso. Sinto muito Hanna.

Hanna se lembra de toda sua vida em Harlok. Tudo o que ela batalhou estava perdido. Começa a chorar. Com exceção de Kirly e Rodrigo, os outros anjos a observam indiferentes. Carlos fala enfadado.

–Pare com isso garota! Não entendeu? Tenho que repetir? Se você tivesse ficado em Harlok, naquele momento estaria morta! Munik e Perth salvaram sua vida. Não sei o motivo, mas se você está aqui há uma razão, só não sei qual é!

– Que idade você tinha ou melhor, tem Hanna? – Pergunta Kirly que já sente uma grande pena de Hanna que parece ser uma menina tão indefesa e pequena em relação aos anjos que são todos altos e fortes.

–Tenho dezoito anos... Porque vocês anjos são tão cruéis? ­­– tentando parar de chorar e passando a mãozinha no rosto enxugando as lágrimas.

– Não nos faça perder a paciência garota! – Fala o impaciente anjo Carlos.

– Já chega Carlos! Ela é só uma menina assustada. Hanna você vem comigo, não tenha medo, nada de mal vai te acontecer. Carlos e Antônio vocês ficarão de plantão no laboratório fazendo uma checagem completa no sistema. Roberto você está dispensado por hora, mas fique de sobreaviso como todos nós, vamos Rodrigo.

Segura um braço de Hanna que já está de pé e Rodrigo o outro. Aciona um dispositivo e os três são tele transportados para a casa de Kirly que foi a casa de seus avós, os pais de Giulia.

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