Kirly a convida para jantar. Um criado androide lhe serve e se retira rapidamente. Hanna acha aquilo muito estranho, mas está com tanta fome que se ocupa primeiro dos diferentes pratos e do suco que o androide deixou. Kirly e Rodrigo nada comem e esperam pacientemente ela terminar seu jantar.
–Então Hanna, me fale de você, como sendo tão jovem se tornou operadora de uma máquina tão complexa? – Pergunta Kirly enquanto o androide recolhe todas as louças.
– A família que me criou a séculos servia os mentores, fui instruída desde cedo a aprender a trabalhar com a máquina. Os mentores eram generosos comigo por eu ser talentosa...
–Como assim?
– A máquina tem recursos que poucos sabem que existem, e eu conheço quase todos... – Para de falar, arrependida por ter falado demais.
–Que recursos? – Pergunta bem sério Rodrigo.
–Não posso dizer...
–É melhor dizer... – Kirly usa um tom de voz quase ameaçador.
–Se eu dizer vocês certamente vão querer matar-me.
–Não somos assassinos Hanna...
–Sua mãe e os outros são... – Kirly encara séria Hanna por uns momentos e pensa que Munik já estaria sendo muito bruta com ela, mas por alguma razão, ela simpatiza com aquela menina de aparência quase frágil.
–Não estamos falando de minha mãe nem dos outros anjos Hanna, por favor conte o que sabe.
–Não perca seu tempo Kirly, Hanna só está tentando nos fazer de bobos.
–Você também se chama Kirly? ...Ah, não quero usar as roupas de sua mãe, não gostei de nenhuma.
–Hanna você já pode subir. Amanhã vamos providenciar outras roupas para você.
–Por favor Kirly, eu dormi por muito tempo, e não quero voltar a dormir tão cedo.
–Então conte sua história. Estamos aqui para ouvi-la, não é mesmo Rodrigo?
–Sim querida.
–Vocês são um casal? Tipo Giulia e Gustavo e Esdrak e Munik?
–Sim, somos um casal, mas não como Gustavo e Giulia e muito menos como Esdrak e Munik – Responde Kirly.
–Ah claro...Vocês não são assassinos como eles, ou são?
–Ainda não, mas posso me tornar um agora mesmo se você continuar sendo impertinente – diz Rodrigo num tom de repreensão, não de ameaça
–Tudo bem, vou contar minha história.
– Eu nasci numa vila chamada Trugth (trúguef) que apesar do povo de lar serem de cidadãos de Harlok, foi atacada quando eu era muito pequena e meus verdadeiros pais foram mortos... O povo de Trugth não queria pagar mais impostos abusivos à Harlok...
Espere, se em Harlok você tinha 18 anos antes de ser transportada, e Harlok já era bem evoluído nesta época em que você era criança, os mentores ainda ordenavam às vilas indefesas e mesmo aquelas de seu próprio povo? – Pergunta Rodrigo.
Sim, eles continuaram fazendo isso, atacam vilas até na época em que comecei a trabalhar no laboratório.
–Esdrak, Munik e Perth participavam destes ataques?
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ANJOS
RomansaSe você quer ler uma história envolvente que surpreenderá ao final da cada uma das três partes Anjos é esta história. Eles são muitos belos, podem ser bons ou mesmo cruéis. Eles são anjos, os seres celestiais que ajudam os humanos de três planetas.