Casamento de um Cafajeste

PRÓLOGO

**** sem revisão

Encarei meu pai pela milésima vez, ele se negou a falar enquanto eu não parasse de fumar, ele que espere. Soltei a fumaça no ar, apaguei o cigarro no cinzeiro de sua mesa e sorri.

— Pode começar, papai.

Ele aperta as mãos juntas e respira fundo, sei que está criando forças para não me jogar a cadeira.

— Dylan, você já deve está a par da situação do Sr. Gonzáles Mendes, ele não conseguiu superar a crise.

— Pobre coitado, literalmente. Só sabe gastar dinheiro.

Mais uma vez meu pai respirou fundo.

— Cale-se Dylan. Ele me pediu ajuda, você sabe que não nego isso aos meu amigos. Mas o dinheiro não foi suficiente, eles precisam de uma parceria, para a vida inteira, uma parceira concreta.

— O que o senhor, está planejando? Um pacto de sangue? Um surubão gravado?

— Me interrompa mais uma vez e tornarei essa notícia pior para você – ele diz sério, sinalizo para que ele possa continuar. – Pedi a mão de Mia, a filha mais nova dele em casamento...

Encaro meu pai surpreso. Ele irá se casar.

— Como assim? Você vai de casar? Com uma criança?  – ele me olha bravo e eu resolvo me calar.

— Continuando. – ele volta a me encarar sério. – Pedi a mão dela para se casar com você.

Arregalo os olhos, quando foi que eu dormi? Deve ser quando estava esperando meu pai começar a falar, porque isso só podia ser um pesadelo.

— Você falou de casamento? Pra mim?

Ele faz que sim e eu tenho um quase infarto. 

— Você tá brincando! Casamento? Eu! Dia da mentira já passou pai! –digo me levantando.

— Não estou brincando Dylan! É a mais pura verdade! Você irá se casar ou morrerá na miséria. – ele também se levanta.

— O tanto de filho que você tem! O Bruno é louco pra casar, até você! Mais tu escolhe eu! Logo eu pai! Eu que eu te fiz?

— O problema é o que você não fez Dylan! Você só vadia! Não tem responsabilidade, tá mais do que na hora do que virar homem. E eu não tenho idade pra me casar com uma garota de dezoito anos!

Corro as mãos pelos cabelos e respiro fundo, ando de um lado para o outro desesperado. Como ele pôde armar tudo isso pelas minhas costas.

— Ah mais eu tenho idade! Casar com uma pirralha, senhor Michael! Se mamãe estivesse aqui, isso não estaria acontecendo, ela nunca deixaria você fazer isso comigo.

— Sua mãe está morta Dylan! Você não sabe se ela estaria ao seu lado! Pare de ser infantil.

— Infantil está sendo você pai! Tramar coisas para o seu filho que já completou a maior idade a décadas. Quer saber de uma coisa? Não irei me casar, que essa garota morra no altar!

Pego meu casaco na minha cadeira pelo olhar frio de meu pai, antes que eu saía de sua sala consigo ouvir sua voz fria.

— Não se case e esqueça que tem um pai!

Saio de sua sala e encaro os seus funcionários fofoqueiros e curiosos, trinco o maxilar e saio marchando até o elevador rumo a um só destino.