CAPÍTULO 3 - CASTIGO

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DYLAN

Assim que passei pelas portas da casa do meu pai, meu inferno piorou. Fui brutalmente arrastado por ele até uma sala atrás do salão.

一 Se você não quer se casar o que veio fazer aqui? 一 ele falou, talvez tenha gritado.

一 Dizer um não, bem grande.

一 Quanta infantilidade para um homem de trinta e tantos anos. 一 ele riu sarcástico 一 Sou um ótimo pai, te darei a opção de escolher. 一 ele andou até a gaveta da mesa. Tirou de lá uma caixinha com um anel. 一 Um grande sim com sua conta bancária cheia ou 一 ele sorriu pra mim e caminhou até minha frente. 一, um grande não morando debaixo da ponte?

一 O quê? Você quer dizer...?

一 Você diz que trabalha pra mim Dylan, posso te tirar todo seu dinheiro, seu insolente!

一Você tem certeza que é meu pai!? Você me odeia! Essa é a única explicação! Você podia muito bem emprestar dinheiro ao maldito pai dela!

一 Cale-se! Te dei duas opções, escolha!

Arranquei a caixinha da sua mão.

Esse é o único e mais concreto motivo, para eu ter aceitado prender meu pau. E agora, de frente para a escuridão da noite eu tento ver o que eu fiz de merda nessa vida.

Bati nos meus irmãos; Traí minha primeira namoradinha; Fudi minha professora; Comi uma colega de classe no armário do zelador; Briguei muito na rua; Briguei nos puteiros... Será que Deus está me castigando por conta disso?

Seria a única explicação! Eu não mereço isso. Sou muito novo para me casar, me algemar, assim sem poder fazer nada, é outra pergunta que me ronda. Porque meu pai me fez isso?

Eu sou um filho tão ruim assim? Será que ele viu o quão cagado eu fui minha vida inteira, e agora que cresci ele resolveu se vingar? Ele tinha o Bruno, mais porque eu!? Lógico, tinha que ser a ovelha desgarrada da família, ele só se esqueceu que a ovelha desgarrada é cruel e a vida dessa mulher vai ser um inferno, que até o capeta vai ter medo.

Apaguei meu cigarro e fui dormir.

Apaguei meu cigarro e fui dormir

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Lucy sentou-se ao meu lado. Ela sorriu safada e pegou o cigarro dos meus lábios, tranferindo para o seu, olhou pra frente e soltou a fumaça no ar, de forma sensual.

一Você vai mesmo se casar? 一 ela perguntou ainda sem tirar os olhos do horizonte.

Olhei para seu corpo nu.

一 Sim.

一 Porque?

一 Você acha que seus presentes cairão do céu?

Ela acabou com o cigarro e ficou muda por minutos a fim.

一 Você precisa mesmo disso? 一 ela voltou a perguntar.

一 Meu pai me deserda, posso me casar, mais de bolso vazio eu não fico.

一 Você tem muito dinheiro, e seu pai não o deserdaria, o que seria isso pra mídia?

一 Por que você está tão incomodada? Isso não lhe diz respeito Lucy, eu já me acostumei. Não seria nada demais comer uma novinha.

Ela me olhou fingindo mágoa. Falei apenas a verdade. E além do mais, é pelo meu dinheiro que ela está comigo, nosso relacionamento é uma troca de ambas as partes, ela quer meu dinheiro e eu quero seu corpo nu.

一 Está me chamando de velha Dylan?

一 Dezoito e vinte e oito tem uma grande diferença Lucy, aceite.

Acendo outro cigarro, o gosto da nicotina me acalma, é a única coisa que me deixa em paz. O que já era de se esperar de um viciado a catorze anos

Lucy sorri ainda desconcertada e desce a mão até meu pau. Começa movimentando devagar, que não me afeta em nada.

一 Já está na sua hora Lucy, pode ir.

一 Assim que você me dispensa? 一 beijando meu pescoço ela sussurra.

一 Tá achando pouco?

Ela bufa e sai da minha sacada, fumo mais três cigarros até ela voltar de cabelos molhados e já vestida. Lucy se ajoelha atrás de mim e me abraça pelo pescoço.

一 Não quer mais nada mesmo? Tem certeza? Você tem passe livre.

Gargalhei por dentro. A seis anos eu tenho passe livre. É tanto tempo que meu desejo talvez acabe.

一 Tenho, pode ir.一 não a encaro.

一 Boa noite, sonha comigo一 me deu um beijo na bochecha.

Aceno pra ela sem me virar e espero o som distante da porta fechando.

Apago meu cigarro no cinzeiro e me preparo para dormir.

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora