CAPÍTULO 2 - PEDIDO

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MIA

一 Sejam bem vindos. 一 uma moça bem simpática nos recepciona assim que passamos pela porta da casa de Sr. Michael.

A casa já está parcialmente cheia, meu pai parece conhecer todos, a cada canto nos leva para conhecer alguém. Mary vai de bom grado, sorrindo feliz, hoje mais do que o normal. Me sinto mal, nem parece que é meu noivado, sei que não foi escolha minha, mas, ainda pesa a consciência não estar feliz.

Caminho até o banheiro com Mary, ela quis conversar comigo, hoje ela chegou tarde em casa, sorrindo saltitante, não quis me contar nada, disse que contaria depois. Sigo ela até o banheiro luxuoso. Ela vai até o espelho e retoca a maquiagem nada borrada, encaro-me no espelho do teto ao chão, meu vestido preto brilhante, tampa até o início do meu pescoço, mangas compridas, frente única, justo até um pouco abaixo dos meus joelhos, depois ele se abre tampando até meu salto.

一 Mary, onde você esteve a noite passada? 一 pergunto, a curiosidade me matando.

Ela termina de passar o batom vermelho sangue e sorri pra mim.

一 Tive a melhor transa da minha vida Mia, que homem gostoso viu? Que delícia.

一 Sério? Me conta mais.

一 Você não deve saber dessas coisas Mia, é muito nova pra isso. 一 ela sorri quando termina de dizer.

一 Não sou mais criança Mary! 一 viro os olhos para ela, que novamente sorri e vai saindo do banheiro. Puxo meu batom de dentro do vestido e vou retoca-lo também, já que respostas eu mal tive.

Sou bem mais rápida que minha irmã, saio do toalete em menos de três minutos.

Sr. Michael estava conversando quando passei por ele, por mera educação lhe desejei uma boa noite.

一 Mia, seja bem vinda querida. 一 ele disse me abraçando, retribui sem graça.一 Querida, devo me desculpar por Dylan, ele está um pouco atrasado, mais chegará em breve.

一 Não vejo problema nisso, senhor. Entendo o atraso dele.一 Sr. Michael sorri pra mim compreensivo.

一 Me chame de Michael, você será minha nora.

一 Tudo bem. 一 digo e me despeço, viro-me para voltar a mesa de meus pais. Mas, um olhar na porta principal me atrai.

Sinto uma grande vergonha de antecipação ou ouvir o que Michael diz.

一 Dylan chegou, daqui a pouco ele vem conversar com você. 一 Michael diz e caminha até o filho.

Dylan fica muito tempo conversando com o pai, decido não espera-lo e vou até a mesa do meu pai. Minha mãe e eu somos excluídas na mesa, Mary e meu pai conversam animados com os amigos dele.

Mamãe pede licença para ir ao banheiro e eu vou em busca de algo para beber até o jantar ser servido.

一 Boa noite.

Ouço atrás de mim, e viro-me assustada com o rapaz a minha frente, é como se fosse um Dylan mais novo.

一 Sou Bruno, irmão de Dylan. Mais novo e mais bonito. 一 ele brinca e isso me relaxa um pouco.

Sorri pra ele e lhe estendi minha mão. Ele pega sorrindo.

一 Prazer, sou Mia. 一 respondo sorrindo.

一 Então Mia, como estão as suas expectativas para o casamento? 一 ele puxa assunto com uma coisa meio delicada, como direi a ele que seu irmão não é meu sonho de consumo.

一 Um casamento não era o que eu queria por agora, mais eu espero que seja bom.

Ele sorri e continuamos nossa conversa. Bruno é uma boa pessoa, ele é seis anos mais novo que Dylan, está fazendo faculdade de administração de empresas, já viajou para vários lugares, de Grécia a China, é bem simpático, e me fez sorrir várias vezes.

一 Com licença irmão.一 Dylan, meu Deus! De perto ele é mais belo ainda, fico deslumbrada com sua beleza, ombros largos, sorriso branquinho, seus olhos tem um tom cinza, mas ele parece bravo, muito bravo, e só ter a impressão disso me faz estremecer. Ele sorri mais ao perceber que eu o observava. 一 Preciso de Mia, agora.

Bruno sorri debochado para ele e sai, Dylan não diz nada, pega minha mão, com apenas um sinal com a cabeça para os músicos e eles param de tocar.

一 Muitos aqui devem não saber o motivo desse jantar, então pretendo ser breve para não atrapalhá-los. Esse noite é especial para mim e essa dama ao meu lado 一 ele se vira para mim, forço um sorriso, 一 Mia Mendes, aceita se casar comigo?

Seu olhar é frio e isso me assusta.

一 Sim.一 sussurro. Todos batem palmas, ele pega minha mão e um caixinha no seu bolso, lá tem um lindo anel com um pequeno brilhante em cima. É encantador.

Dilan coloca-o em meu dedo.

Ao longe ouvimos:

一 Agora a dança do pombinhos!

Uma roda é aberta e nós dois vamos em direção a ela, até agora Dylan não dirigiu nenhuma palavra à mim.

Uma música calma soa pelos quatro cantos do salão. Começamos a dançar, Dylan colocou sua mão atrás das minhas costas nuas, segurou minha mão com força.

一 Oito meses.一 ele sussurra, fico sem entender.一 Nosso casamento durará oito meses, assinaremos o divórcio e depois disso estaremos livres.

一 E se eu não assinar?一 pergunto com dúvida.

一 Eu transformo sua vida em um inferno. - sua voz é fria, muito fria.

***

Abri os olhos e encarei o teto do meu quarto, não consegui dormir desde que cheguei.

Eu transformo sua vida em um inferno.

Isso está me atormentando desde que a dança acabou. Não tive pra quem contar, já que Mary sumiu por um tempo, e eu acabei esquecendo. Um pouco mais tarde fomos embora sem Mary.

Ouço barulhinhos em minha janela e calcei meus chinelos, olhei pelo vidro e reconheci os cabelos claros lá em baixo.

Desço a escada devagar, a última coisa que eu quero é acordar meu pai, abro a porta que leva até a varanda da piscina. Johnata me espera no jardim sorrindo, corro e o abraço.

一 Senti tantas saudades. 一 sussurro deixando um selinho em seus lábios.

一 Eu também. Como foi no jantar? 一 ele perguntou enquanto nos sentávamos afastados da casa.

Johnata é meu namoradinho desde meus quinze anos, ele também é de família rica e quase todas as noites nos encontramos nos fundos do jardim da minha casa, ele suborna um segurança que o deixa entrar.

一 Foi horrível. Ele me pediu em casamento e foi todo frio. Me deu esse anel, - sorriu com uma ideia maluca que me vem a mente.一 se vendemos ele podemos...fugir. 一 digo sorrindo, foi uma coisa que veio rápido na minha cabeça, mas que seria minha salvação.

O seu semblante murcha, ele larga a minha mão e para de me olhar.

一 Não podemos Mia, seu pai me mataria.

一 Mas ele não vai saber, vamos?

Ele negou com a cabeça.

一 Eu não posso.

Minha única esperança de ter uma vida feliz, foi quebrada junto ao meu sorriso na minha frente e jogada ao ar. Eu entendo que foi precipitado, mas, nós íamos ficar juntos, nós conseguiríamos viver, nos virar.

一 Ok, eu preciso ir, tenho que comprar as coisas pra lua de mel.

Caminho de volta pra minha casa sem olhar pra trás.

Então, bem vinda ao seu inferninho Mia.

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora