CAPÍTULO 38 - ACABOU?

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MIA

Cheguei tarde da noite em casa.

Bruno quis subir comigo e eu não me opus. Quando saímos do elevador, vimos minha mãe dormindo no sofá. Destranquei a porta de vidro, entrei e Bruno veio logo atrás, já perto o suficiente dá minha mãe, sussurrei.

— Mamãe, vem dormi comigo, cabe nós duas na cama. — ela se remexeu e murmurou algo nada audível. — Acorda, vamos.

Ela abriu os olhos e sorriu quando me viu, começou-se a levantar, calçou as pantufas e caminhou até a escada, se encontrando com Bruno. Acho que ela acordou na hora quando o encontrou, ambos não disseram nada, ficaram apenas se encarando. Caminhei até eles.

— Depois vocês conversam, vamos dormi.

Fomos juntas para o quarto, minha mãe logo se deitou na cama de casal do meu quarto,com os olhos fechados ela disse.

— Eu estava esperando você, mas acabei pegando no sono.

Comecei a tirar minha roupa para tomar um banho.

— Coisa de mãe. — eu disse rindo e fui pegar a toalha.

Ela sorriu, antes de entrar no banheiro fui até ela de deixei na sua mão, o colar que ela sempre usou e que com toda a confusão de mais cedo eu nem percebi que estava sem.

O sorriso dela murchou e antes que a conversa rendesse eu corri até o banheiro.

***

— Eu não queria trair seu pai — foi assim que minha mãe começou a conversa que eu não sabia se queria conversar.

Segurei minha xícara que estava com meu café e a coloquei de volta na mesa.

— Eu aceito e concordo com tudo que você tem a dizer — eu disse, confesso que na intenção de mudar de assunto.

— Mia, não seja infantil. Nunca quis trair, mesmo com uma vida horrível, eu tinha em mente que viveria o resto da minha vida com Gonzales. Mas aí, eu conheci Bruno, ele era muito gentil, a gente apenas conver...

— Mãe! Tá bom, aceito Bruno como padrasto, mas não quero saber, quer dizer, ainda não. É traumatizante ainda, saber que vocês estão muito íntimos que você frequentava a casa dele, o quarto dele, a cama dele. — fiz uma careta para que ela entendesse o caminho que eu estava indo.

Foi visível quando ela ficou sem graça, mas depois riu.

— Você não está tão chateada quanto ontem. — ela constatou, mudando definitivamente de assunto.

— Eu desabafei com Bruno, e valeu a pena — eu disse mordendo um croissant.— Ele falou para eu esclarecer tudo com Dylan. Para me declarar. Dizer que estou apaixonada — sussurrei o fim, mesmo estando só nós duas aqui.

— Eu já sabia.

— Por que não me contou então?

Ela riu e continuou.

— Porque é uma coisa que deveria vir de você. Sempre.

— Não sei se ele sente o mesmo, e estou comedo de que ele me chute quando eu disser.

— Você só vai saber quando disser, e se ele chutar, é ele quem perde.

Mamãe sorriu para mim e me incentivou a continuar comendo. Foi o que eu fiz, porém com isso na cabeça, é isso, me apaixonei pelo cafajeste e estou com medo. Suspirei. Se não for recíproco? Se ele me mandar embora antes do tempo final ou pior, nem esperar que ele chegue? Tomei um copo do meu café fervendo, mas por dentro de mim, tudo estava frio.

Depois do café da manhã, não demorou muito para minha mãe sair para se encontrar com Bruno. Hoje ela acordou e tinha uma mensagem dele, mandada assim que ela subiu para o meu quarto, marcando um almoço com ela.

Eu almocei sozinha, assistir alguns filmes e séries, dormir, mas nada adiantou e continuei apreensiva e nervosa imaginando todas as reações possíveis de Dylan.

Quanto mais perto do horário dele chegar, mais nervosa e ansiosa eu ficava.

Faltava cinco minutos para ele chegar, eu já não aguentava mais, estava hiperventilando e todas minhas unhas não existiam mais. Fui teimosa comigo mesma e esperei sentada no sofá até que eu visse ele rodando a chave na maçaneta da porta. Que era o que ele estava fazendo.

— Oi, você estava me esperando? — ele perguntou deixando sua maleta no chão.

Observer todos seus gestos. Ele esvaziou os bolsos, colocando celular, carteira e as chaves que já estava na sua mão na mesinha que fica em frente a porta, depois desabotoou o terno, afrouxou a gravata, tirou o relógio, fez tudo me observando ou talvez esperando uma resposta. Sentou-se no sofá e começou a tirar o sapato. Respirei fundo.

Por um breve momento, enquanto eu o observava, mesmo com o coração acelerado, me acalmei. Constando que eu realmente o amava e no momento que pensei nisso, minha ansiedade e insegurança voltaram com tudo e senti meus olhos lacrimejarem.

— Eu quero conversar. — eu disse tentando controlar o choro.

Sem os sapatos ele se sentou na mesinha de centro, ficando quase que cara a cara comigo.

— Eu também.

Fiquei tentada a deixá-lo dizer primeiro. Mas eu tinha esperado por tanto tempo, que se não falasse desistiria ou explodiria.

— Eu falo primeiro.

Ele acenou concordando e esperou que eu recomeçasse a falar. Respirei fundo várias vezes.

— Não sei por onde começar, talvez eu fale tudo de uma vez. — segurei uma almofada.— Quando você me contou o que fez com Mary, eu quase morri, como se nosso casamento fosse real ou se fosse mesmo uma traição. Eu entendi que não foi algo recente e por incrível que pareça confio que você não tenha tido nada com ela hoje em dia.

Parei de falar, a coragem fugindo. A cara quente. Enxuguei uma lágrima que escorreu.

Dylan me olhava muito atento.

— Eu podia dizer que sofri porque era minha irmã, e de certa forma me senti traída por ela. Mas eu mentiria, não senti nada em relação a Mary, só me senti trouxa, por sempre deixar passar qualquer coisa que ela fazia e me deixava mal. Sofri porque você era tudo que eu tinha e ela nunca tinha, um sentimento de posse. E eu não conseguia entender porque! — eu estava gesticulando e chorando muito.

Coloquei as mãos no rosto e desabei. Chorei muito. Senti os braços de Dylan me circularem e me abraçarem, me juntando a ele, meu rosto em contato com seu peito, sentindo o cheiro dele.

— Monstrinha, não fica assim. Eu sou um merda, desculpa ter entrando na sua vida.

Agora já é tarde.

— Eu amo você Dylan. Entendeu? Era por isso que sofri, porque eu não sabia que te amava, mas quando você me contou, eu percebi e foi horrível — eu disse o que mais importava de olhos fechados e ainda mais grudada nele. — Nosso tempo está acabando. Muito provável que você não me queira mais. Ai eu sofro mais ainda.

Não parei de chorar. Dylan ficou estático.

— Mia, abre os olhos — ele disse me descolando dele.

Fechei os olhos com mais força e murmurei um "hum-Hum".

Ele beijou meus lábios fechados, mas continuei fingindo de morta. Senti algo quente e molhado na minha bochecha e abri os olhos rápido o suficiente para ver Dylan me lambendo.

— Você me lambeu? — eu perguntei surpresa e desacreditada.

— Eu também amo você. — ele falou me desarmando. 

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Oi gente! Vocês tão bem?

É reta final agora viu. Falta pouquíssimo!

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Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora