CAPÍTULO 18 - ELE É LINDO

27.8K 1.9K 233
                                    

MIA

Quando acordei, as cortinas estavam fechadas e alguns raios de sol saiam por elas, eu estava sozinha na cama. Estava coberta pelo lençol. Mas sozinha nessa cama gigante. Nem um sinal de Dylan.

Levantei e sentei-me na cama, sentindo uma dor em baixo.

É óbvio que algo grande como aquele me causaria estragos.

Levantei da cama coberta pelo lençol cinza. Me assustei com a mancha vermelha de sangue no outro lençol juntos com uma gosma meio branca e algumas partes já secas e amarelas, que estavam na minha perna também.

Isso...é sêmen?

Corri para o banheiro, e me olhei no espelho. Tirei o lençol do corpo. Nada diferente. Graças à Deus. Não quero que ninguém saiba que fiz sexo.

Entrei rápido no chuveiro quando lembrei que sairia com a Kim novamente para a escola que ela daria aula.

Minha prima passaria para me buscar antes das dez.

***

Eu não sabia se eu iria começar as aulas hoje. Mas já fui preparada, coloquei uma meia calça rosa, minhas sapatilhas de ballet, body preto e uma saia preta. E assim que chegamos a diretora disse que se eu quisesse eu começaria agora, hoje.

Não recusei, fui toda feliz para a salas de garotas mais velhas, da minha idade melhor dizendo, todas entre dezoito ou dezessete.

A professora muito simpática, conversou comigo sempre sorrindo e elogiando alguns passos que lhe mostrei. Aos poucos algumas meninas foram chegando e se alongando.

Quando todas já estava em suas posições, quatro fileiras de moças bem vestidas e com o penteado correto. Diferente de mim. Não que eu não esteja com o roupa apropriada, é só meu rabo de cavalo que me diferencia.

Algumas me olharam estranho, será que dava para ver que não ser mais virgem?, outras sorriram e acenaram.

— Bom dia meninas.

— Bom dia professora Lerys. – disseram em coro.

Lerys sorriu para mim e me apresentou para elas.

— Essa é Mia, nossa nova companheira.

— Seja bem vinda Mia – disseram em coro novamente.

— Hoje você ficará no fundo. Tudo bem? – ela me perguntou e eu logo afirmei com a cabeça.

Passei pelas meninas e cheguei até o lugar destinado a mim. Fiquei um pouco deslocada, parecendo perceber, minha colega ao lado sorriu e se apresentou:

— Sou Mira, prazer

***

A aula acabou, mas eu fiquei esperando Kim, mesmo já com o tempo de ir embora, ela precisou conversar com a diretora. Fiquei sentada em um banco em frente a sala.

Ouvi barulhos de passos no corredor, olhei para a entrada e encontrei dois pares de olhos azuis. Um homem carregava nos braços uma garotinha de cabelo longos e loiros e olhos azuis da mesma tonalidade do seu.

Os cabelos do homem com um corte jovial arrumados de qualquer jeito, o corpo musculoso e sem nenhum cheiro de cigarro, o perfume dele é bom. Eu não sei como descrevê-lo, só sei que ele é lindo.

Acho que passei tempo demais observando-o, já que ele se aproximou de mim sorrindo.

— Olá sou Lincoln e essa é minha filha, Mave – a menininha sorriu ainda agarrada no pai.

— O...oi, sou Mia.

Ele sentou-se na cadeira ao meu lado.

— Você está a muito tempo esperando? – fiz uma careta sem entender e ele sorriu consertando o que disse – Quero saber se tem muito tempo que você está esperando a diretora atende-lá. Para eu ter uma ideia.

— Ah, não, quer dizer. Não vou conversar com a diretora, e tem pouco tempo que estou aqui, ela não vai demorar muito.

— Você dá aulas aqui Mia? – ele continuou a conversar.

— Não, sou uma mera aluna.

Ele sorriu e ia falar algo novamente, mas Kim o interrompeu saindo da sala.

— A o senhor deve ser Lincoln, pode vir comigo por favor?

Ele balançou a cabeça afirmando, mas antes de se levantar virou-se para mim.

— Fique com Mave para mim. Por favor. Ela está um pouco...

Não tive como negar, pois quando ele terminou ela já estava em meu colo.

***

Mave quando descobriu que Kim era uma das professoras da escola, entrou em euforia. Logo as duas viraram super amigas e Mave mostrou a minha prima os poucos passos que sabia de Ballet.

Quando seu pai saiu da sala, eu e Kim a aplaudiamos.

— Olha papai, a tia Kim pode ser minha professora. Deixa, deixa por favor!

Lincoln olhou para baixo encarando a menininha.

— Não sou eu que decido isso, Mave.

— Mas papai...– ela choramingou, fez biquinho, bufou e cruzou os braços encarando Kim.

Minha prima sorriu para o homem e estendeu-lhe a mão.

— Prazer Kim.

— Lincoln – disse e apertou sua mão.

O clima ficou estranho e eu já queria ir embora, provavelmente Dylan ainda não estava em casa.

— Vamos Kim – eu disse me levantando – Foi um prazer conhecê-los. Mave você é uma gracinha.

— Vamos com você Mia.— ele disse já me seguindo.

Saímos conversando, Mave adorava conversa comigo ou com Kim, era uma coisa tão fofa. Ao sairmos pelo portão, eu juro que não estava preparada para o abraço apertado de Lincoln ou encontrar Dylan me esperando e nem olhando feio para mim.

— Oi – eu disse tímida perto de Dylan – Lincoln esse é Dylan, meu marido e Dylan esse é Lincoln... um amigo.

Dylan olhou-o e depois abriu a porta do carro para mim. Apenas me despedir deles com um aceno e sentei no banco.

***

— Você pode me dizer porque você está com essa cara? Está me dando medo. – perguntei meio sussurrando dentro do elevador.

— Essa é minha intenção Mia – ele disse enfiando os dedos dentro do meu cabelo, indo até o couro cabeludo e apertando-os, puxando meu cabelo, forçando-me ir até ele. Dylan puxou minha cabeça pra trás e olhou meus olhos. – Quem é aquele cara?

— Já disse. Um amigo.

Ele apertou mais e começou a doer.

— Não brinque comigo Mia...

— Isso não é uma brincadeira Dylan. Me solte.

A porta abriu na cobertura e eu entrei sozinha, iria subir sozinha também. Mas Dylan me puxou pelo braço me escorando na parede.

— Senti saudades – ele disse subindo a mão pelas minhas pernas e me olhando com malícia.

Sei ao que ele está se referindo.

— Não sei como pode sentir saudades de algo horrível.

— Não é ruim Mia.

— Só é péssimo.

— A segunda vez é muito melhor.

— Não vai haver segunda vez Dylan.

— Vai sim – ele disse passando a mão pela minha virilha – e agora – terminou rasgando minha meia calça.

*

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora