CAPÍTULO 35 - NUNCA VAI TER FIM?

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MIA

Chocada e decepcionada. Era assim que eu estava, Dylan em frente ao bar. Eu não queria mais olhar para ele, nunca mais.

Como um sentimento pode mudar de bom para ruim em poucos segundo?

Me levantei do sofá e fui até a escada. Dylan segurou meu braço.

— Mia, eu não sa...

Eu não queria ouvi-lo, que ele enfiasse sua explicações em buraco.

— Você disse que estava tudo bem! — eu disse, totalmente exaltada. — Você me iludiu! Transou com a minha irmã. Por que não me disse que não esperaria?

Ele continuou me segurando.

— Mia, você entendeu errado. — ele segurou meus braços ao lado do meu corpo. — Fiquei com Mary antes de nos conhecermos.

Não sei se deveria, mas meu coração se acalmou, contudo minha mente continuou exaltada.

— E você não sabia de mim? — se eu aumentasse um pouco mais o tom, estaria gritando.

— Sabia, mas não devia nada a você e nem adivinharia que era sua irmã!

Respirei fundo, com uma grande vontade de chorar. Dylan era a única coisa que eu tive, que até então, minha irmã não tinha mexido. Inconscientemente eu pensava assim, mas só agora minha ficha caiu e doeu muito.

Era visível que Dylan queria conversar e se explicar, mas eu não queria ouvir, não naquele momento.

Me sacudi e sai dos seus braços correndo até a escada e para o quarto que era meu. Tranquei a porta e deitei na cama, ouvi as passadas pesadas de Dylan e vi a maçaneta rodar.

— Mia, por favor Mia. Me ouve, me deixa explicar. — quando ouvi sua voz suplicante, foi como um interruptor para minhas lagrimas.

Ele continuou insistindo e ao prantos respondi:

— Agora não Dylan, me deixa.

Ele girou a maçaneta mais uma vez e suspirou muito alto, de modo que ouvi.

— Você não vai jantar?

Não respondi, sentia raiva e isso só aumentava mais meu choro, então deixei ele falando sozinho.

***

Acordei com a casa vazia, talvez por já ser tarde.

Foi muito triste ficar sozinha, comi um pouco e tentei assistir televisão, mas nada me prendeu. Liguei para minha mãe para desabafar, mas ela não atendeu, só mandou uma mensagem pedido que eu fosse para minha antiga casa.

Peguei um táxi e em alguns minutos eu já estava atravessando os portões da mansão do meu pai. A casa sempre esteve cercada de seguranças e empregados, tão acostumada a viver em uma cobertura que estranhei a quantidade de pessoas ao redor da casa.

Um dos seguranças do meu de muitos anos, permitiu minha entrada avisando para minha mãe que eu já tinha chegado.

Entrei na casa e o primeiro ambiente era a sala de estar, que eu poderia dizer que estava igual a todos os anos que eu vivi ali, mas mentiria, consegui contar mais de cinco malas espalhadas. Minha mãe estava distante ao telefone, não consegui ouvir nada, então me sentei no sofá esperando que ela terminasse.

Fiquei olhando as paredes, os quadros espalhados, talvez muitos milhões em uma só parede, os vasos por todo lugar, não senti nada. Antes eu amava viver aqui, mesmo com todos os conflitos de uma família, mas hoje só de lembrar as brigas dos meus pais aqui nesta sala, no jardim ou os gritos deles no seu quarto, me arrepio, como eu puder achar tudo normal?

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora