CAPÍTULO 7 - NÃO NÚPCIAS

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MIA

Noite de núpcias é uma coisa desnecessária. Pior é quando você sai da festa de casamento, e todos acham que sabem o que você irá fazer. Consumar o casamento, o que não vai acontecer no meu, assim seria mais fácil a anulação do casamento.

Voltando pra minha noite de núpcias, Dylan pagou uma noite em um hotel cinco estrelas, só para mantermos as aparências.

A suíte era linda, uma cama gigante, uma sala, televisão. Dylan fez a gentileza de fumar na sacada e me deu a vez no banho.

Estava me encarando no espelho, minha lingerie branca, angelical, dava vontade de ri, pra que eu coloquei ela? Não tinha explicação.

Demorei um pouco para conseguir abrir o zíper que ficava atrás dela, joguei o tecido transparente e rendado ao chão. Logo depois entrei no chuveiro.

Me enrolei na toalha e me abaixei até a mala para pegar meu pijama. Não o encontrei, apenas vestidos que serviriam na minha avó, lingeries beges e de vovó estavam ocupando espaço da minha mala, nada que me serviria.

Mary ficou louca! Não tem nada aqui que eu poderia usar, pelo menos pra dormir. Pelada eu não vou, já que dividirei a cama com Dylan, poderia usar uma camisa... Mais nem morta que eu pediria uma blusa emprestada à ele.

— Morreu aí dentro? — ele bateu na porta no mesmo momento que falou.

Seria meu sonho!

— Não, já estou saindo. — gritei, fechei a mala e joguei minha lingerie branca em cima dela.

Peguei um roupão as pressas e sai do banheiro afobada, dando de cara pra Dylan, ele já estava sem a camisa social e sem o cigarro.

Não me dirigiu a palavra e foi para o banheiro.

Corro pelo quarto a procura do meu celular, acabei encontrando-o dentro da minha mala de mão. Digitei uma rápida mensagem, implorando para minha mãe umas peças de roupas descentes.

Fico esperando impaciente no sofá do quarto, Dylan saiu do banheiro e me olhou estranho ao ainda me ver de roupão, porém ele bufou e foi se trocar.

O telefone tocou e fui rápida ao atender, o balconista me avisou que minha mãe já está lá no saguão, agradeci e desliguei. Entrei no banheiro e peguei minha mala grande, saí e fui até a saída do quarto, porém travei na porta.

Eu não sei se teria coragem de andar seminua por aí.

Andar seminua ou ter os olhos estranhos de Dylan para si?

Sai do quarto e caminhei até o elevador, graças a Deus, ninguém entrou comigo. Logo quando o elevador parou e abriu as portas a vistei minha mãe com uma mochila nas mãos e o motorista/segurança do meu pai ao seu lado.

— O que houve? Dylan te fez algo?— ela perguntou aflita me observando.

— Não. Só não tenho roupas, essa ideia de Mary fazer minha mala foi péssima.- entrego a ela minha antiga mala e peguei a nova.

— Era óbvio.

— Depois você olha o que tem aí dentro. Meu pai sabe que a senhora está aqui?

— Eu me viro com ele filha, eu faço tudo por você. — ela disse sorrindo.

Ouvimos uma tosse falsa e encaramos o motorista.

— Senhora Maelle, precisamos ir. — minha mãe assentiu.

— Tchau filha, se cuida — ela pediu com muito preocupação

Subi pro quarto logo depois. Dylan estava vestido e novamente na sacada fumando e aparentemente tomando um copo de Uísque.

— Você foi assim lá fora? — ele virou o rosto só para me perguntar.

— Sim. — respondi já na porta do banheiro.

Ele abriu a boca, mas fechou logo depois dando de ombros, entrei no banheiro, rapidamente vesti um pijama discreto e me enfiei debaixo das cobertas.

Amanhã iremos pra Bahamas, era para eu está feliz, eu estaria se Dylan não estivesse presente. 

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora