CAPÍTULO 31 - TERROR E PAZ

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Oi gente, desculpa a falta de capítulo sábado, já é a segunda vez, então por isso o capitulo de hoje foi maior e eu vou mudar o dia de publicação para quarta e sexta. Beijoo boa leitura.

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MIA

Eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Queria que tudo fosse um pesadelo, daqueles bem pavorosos e com muito terror.

Mas não era e a única coisa que eu sentia vontade era de fugir, me esconder nem que fosse de baixo da minha cama, eternamente.

Eu tinha medo, medo de Lucy, arrependimento de não ter chamado a polícia de imediato. Queria matá-la.

Porém a única coisa que eu fazia, era chorar. Chorei desde que soube da notícia.

Acordei no hospital sozinha, pouco depois uma médica entrou e começou a conversar comigo.

一 Como você se sente Mia?

一 Como se um caminhão tivesse me atropelado. 一 brinquei.

Eu queria respostas, e ela me deu.

一 Você sabia da sua gravidez?

A partir desse momento, só fui caindo mais e mais no fundo do poço.

Quando ela se retirou para que minha mãe tivesse um momento comigo antes da cirurgia, eu já chorava como uma criancinha. Até segundos atrás eu não queria ser mãe, quem dirá mãe de um filho de Dylan, mas em poucas palavras e com o sentimento de perda, eu queria sim um filho meu, e antes de ter essa percepção ele me foi tirado bruscamente.

Minha mãe me consolou como pode. Falou que eu era jovem, que poderia ter muitos outros filhos. Mas não adiantou, eu chorei e ela também acabou chorando. Quando ela saiu, eu já estava dopada para fazer a curetagem.

Foi um processo de quinze minutos e eu já estava no quarto novamente. Depois que a anestesia passou, eu fiz tudo no automático. Até chegar em casa, não queria conversar com ninguém, queria vegetar eternamente.

Passei o resto do dia no quarto, provavelmente minha mãe dormiu aqui, pois ela que trazia minha comida e qualquer outra coisa que eu quisesse.

Dylan não apareceu hora nenhuma, talvez não se importasse ou quem sabe deve ter me obedecido.

Eu só saia do quarto porque ele não tinha suite diferente do quarto de Dylan, só ia ao banheiro e voltava poucas foram às vezes que eu encontrei Dylan pelo caminho, ele mal me olhava.

E na tarde do dia três, bateram na minha porta. Eu já esperava minha mãe, para que trouxesse alguma coisa que ela achava necessário.

Então eu disse para que entrasse. Mas, não era ela.

一 Oi, você que conversar agora, ou ainda quer um tempo? 一 Dylan perguntou colocando apenas a cabeça para dentro.

Estava menos brava e se era possível menos triste que três tardes atrás, não tinha superado, talvez nunca aconteceria, porém eu não podia viver enclausurada ou sem conversa com o homem que seria pai do meu filho e meu marido por mais cinco meses e meio.

一 Pode entrar Dylan.

Ele entrou e colocou uma jarra de água no meu criado mudo, nem percebi que ele carregava algo. Sentou-se no chão ao lado da cama em que eu estava deitada.

Dylan ficou sentado e sua mudez durou quase uma eternidade.

一 Lucy foi presa por invasão e tentativa de homicídio.

Não esperava que ele começasse por esse lado.

一 Não acho que ela fique por muito tempo, o pai dela está fazendo um escarcéu para que ela saia.

一 Isso é algum tipo de motivação? Me dizer que essa louca pode não ficar presa?

Dylan suspirou.

一 Desculpa.

一 Dylan, não quero ser rude novamente, mas por favor se não tem o que dizer, vai embora. Você não está ajudando. Preciso sofrer meu luto em paz.

Ele suspirou mais uma vez, se ajeitou deitando a cabeça no colchão da cama. Ficou assim de olhos fechados enquanto falava.

一 Também estou sofrendo Mia. Não escondo de ninguém que nunca quis ser pai, mas, nunca tive essa oportunidade tão de perto como antes. 一 ele abriu os olhos e me olhou. 一 Sei que seu sofrimento é muito maior que o meu e morro de culpa por isso.

Mais uma vez o espaço foi ocupado pelo silêncio. Dylan parou de me olhar e fitou a porta.

一 O que aquela estante estava fazendo na sala? 一 eu perguntei a primeira coisa que me surgiu na cabeça e a resposta mataria a minha curiosidade.

一 Eu comprei para você. Mas sua mãe já doou.

Adoraria ter uma estante de livros só para mim, mas em outras circunstância.

一 Você queria ser mãe? - ele perguntou depois de um tempo em um novo silêncio.

一 Até antes de saber da gravidez não, mas depois sim.

一 Acho que eu não seria um bom pai.

Dylan não tinha um bom relacionamento com o pai, não era difícil saber o porquê da sua declaração, mas mesmo assim perguntei.

一 Por que?

Dylan me olhou e sorriu, sem graça e triste.

一 O único pai bom que conheço e Elias, e nós não somos nem um pouco parecidos.

Senti que era bom deixar a conversa flui e então continuei.

一 Meu pai também nunca foi bom para mim e minha mãe, sempre teve preferência pela Mary. 一 parei de falar, toda coragem que tive de começar foi embora. Mas Dylan me olhava, de modo que me motivou a continuar. 一 Não sei como minha mãe conheceu meu pai, mas sei que ela ficou grávida de mim com dezesseis anos e foi obrigada a se casar.

Acabei rindo forçadamente, a história se repete. Fui obrigada a me casar e ainda engravidei. Dylan provavelmente percebeu o motivo do meu riso, porque fez uma careta.

一 Minha mãe não fala muito do relacionamento dela com meu pai, mas sei que ela não é feliz. - eu completei.

一 Pelo pouco que me lembro da minha mãe, ela era feliz com meu pai, mas tenho a impressão que meu pai só me aturava, quer dizer, sempre me atura.

Me levantei e sentei ao lado dele, na mesma posição, com os joelhos erguidos, os braços ao redor deles e a cabeça deitada na cama, encarando a porta.

一 Acho que meu pai não aguentou me aturar mais e me mandou para você. 一 tentei fazer piada.

Dylan riu baixo.

一 Não aturo você Mia, é bom ficar ao seu lado. 一 ele disse olhando para mim. 一 Quer dizer, hoje em dia, pois no começo era muito chato.

Eu ri e ele também.

一 Me desculpa por ser tão grossa com você e por achar que você não ligava.

一 A única pessoa que tem que ser julgada aqui, sou eu Mia. 一 ele riu.

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora