CAPÍTULO 36 - CONFLITOS

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DYLAN

Mia dormiu no seu quarto sem jantar e sem conversar comigo. Deixei ela no seu espaço.

Saí para a empresa no horário habitual, queria muito conversar com Mia e esclarecer muitas coisas que provavelmente estava se formando na cabeça dela. Deixei que ela dormisse e decide que voltaria do trabalho mais cedo.

No horário do almoço, minha cabeça continuava borbulhando. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Quando decidi contar para Mia o que eu tinha feito, eu estava pronto para desabafar, mas ela cortou minhas falas no meio do caminho. Eu ainda precisava contar tudo o que tinha acontecido para alguém, porém não queria também que esse assunto se alastrasse, ninguém entenderia que fora antes de nos casarmos.

Eu me odiaria depois por estar desabafando com minha sogra. Mas até que esse ódio fosse chegar, eu já tinha discado seu número.

— Oi Dylan, bom dia. — ela disse assim que atendeu.

— Oi Maelle.

— O que aconteceu? Você não me liga desde que passei uns dias na sua casa.

Realmente, quando Mia se acidentou, Maelle passou algumas semanas na nossa cobertura, cuidando da minha esposa enquanto ela não queria me ver.

— Escondi algo de Mia, contei para ela agora, mas acho que fiz mal.

— Você quer me contar — ela deu uma pausa e logo recomeçou. — Não, Mia está aqui, ela mesmo me conta.

Não sei se isso era bom, mas um peso saiu das minhas costas, quando ela desistiu de saber por mim, eu não queria contar.

— Eu vou buscá-la, não deixe que ela saia sem mim. — eu disse antes de finalizar a ligação.

Meu expediente já tinha se encerrado, mas meu pai estava no meu pé, eu queria buscar Mia e me esclarecer mais uma vez. Porém o velho Michael não saia do meu alcance.

— Dylan, preste atenção no que eu estou dizendo...

— Tudo bem pai, mas agora eu não posso, tenho que buscar Mia na casa de Maelle.

— Também vou com você. — Bruno que estava na sala mexendo no celular disse virando-se para mim.

— Nós conversamos no carro. — meu pai disse pegando suas coisas e saindo da sala.

Resolvi não discutir, quando chegássemos lá, eles que se virassem para voltarem no carro de Bruno para casa.

O caminho até a casa foi rápido, não sei se pela falta de transito ou minha rapidez excessiva. Não esperava encontrar Gonzales descontrolado ou minha sogra se divorciando ou pior, apartar uma briga. Depois disso pensei que nada mais pudesse me surpreender, até Mia se despedir e outra cena surpreendente se desenrolar na minha frente.

— Não tenho culpa se você é uma sonsa frígida. — Mary disse de forma natural olhando para mim.

Eu estava um pouco atrás de Mia que já estava quase na porta,eu pretendia ir junto com ela para casa. Mia voltou e deu a volta por mim. Fui atrás dela.

— Quem está sendo sonsa é você Mary, falsa, ingrata, dissimulada e cínica. Esses adjetivos são ótimos para você! — ela se aproximou mais de Mary. — Ainda quero conversar com você como adultas, mas enquanto isso não acontecer, não se dirija mais a mim.

Mia deu às costas a ela e voltou em direção a porta.

— Adulta, um pirralha como você querendo me dar lição de moral? Se enxerga Mia.

Mary estava pronta para brigar, mas depois que Mia lhe deu às costas ela não respondeu mais.

— Deixa eu te levar para casa? — perguntei depois de correr até ela segurando seu braço.

Mia me encarou com os olhos repletos de lágrimas, não queria sentir o que eu senti, mas foi uma baque para mim. Porque sendo o mais insensível que sou, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas sabia que o problema de Mia, era eu.

— Vai se fuder, Dylan — ela disse se soltando do meu aperto.

Foi merecido.

Escutei passadas rápidas atrás de mim. Bruno passou por mim e disse.

— Eu vou com ela, não se preocupe.

Voltei para casa um pouco desolado para pegar minha maleta. Mary já tinha desaparecido e só estavam meu pai sentado em um sofá e minha sogra e meu sogro discutindo.

— Vai embora então com seu amante sua vagabunda. — Gonzales disse e subiu as escadas com meu pai a seu alcance.

Maelle pegou suas malas com dificuldade. A ajudei pegando duas.

— Você tem para onde ir? Posso te levar para minha casa.

— Eu aceito.

Já dentro do carro, ela disse algo que só serviu para encher mais minha cabeça.

— O tempo de vocês dois já está acabando Dylan, depois chega o fim e vocês estão livres, não precisa disse tudo. 

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora