CAPÍTULO 29 - GUERRA

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MIA

Meu dia tinha sido agitado, acordei com um pouco de cólica, uma breve lembrança para mim que eu não havia ficado menstruada nesse mês e nem no anterior. Coloquei um absorvente na bolsa e segui minha vida, fui até minha mãe, almocei com ela e só fui embora quando era hora da aula de balé. Dei a aula para as meninas e ficamos um pouco a mais de tempo que o comum.

Fui até o shopping com Kim, nós fizemos a farra, dessa vez eu levei um cartão que eu havia ganhado do meu sogro no dia do meu casamento. Paguei as minhas compras e as dela, não preciso nem citar que minha prima saiu com um sorriso de orelha á orelha.

Kim não queria me dar paz, então fomos até a sua casa, ela foi o caminho todo falando sobre sua vida amorosa, seus encontro falidos e sem um fim satisfatório. Comemos mais na casa dela, tivemos uma tarde de menininha. Assistimos vários filmes românticos, alguns até arrancaram lágrimas dos olhos de Kim.

一 Você é muito fria Mia. Eu morrendo de chorar e você rindo de mim. Pior prima do mundo. 一 ela disse, assoando o nariz na manga da blusa.

一 Kim, não seja dramática. Tem coisas que não me comovem, simples. Não sou fria.

Eu tentei argumentar, mas ela continuou chorando e me criticando por não fazer igual.

Recebi uma mensagem de Dylan, avisando que não iria chegar em casa no mesmo horário, mas duas horas mais tarde. Cometi o erro de dizer isso para Kim, que me obrigou a ficar mais, até que o horário que eu poderia chegar junto com Dylan.

Uma parte de mim queria ficar sozinha, mas outra gostava muito da presença de Kim. Então, para agradá-la e me agradar, eu resolvi ficar.

Assistimos mais vários filmes, só que dessa vez sem choros, apenas muitos risos e comilança. Comemos muito doces e quando chegou mais a noite, pedimos uma comida mexicana para o jantar. Fui ao banheiro e tinha só um risquinho de sangue no fundo da minha calcinha, nada que precisasse de absorvente.

Voltei para Kim. Paramos de assistir tevê e fomos até a cozinha, para usar a ilha de mesa.

一 Eu amo guacamole! 一 Kim declarou seu amor pela comida quando desembalou o recipiente.

一 Eu também. Mas, essa está com um cheiro enjoativo. 一 me sentei longe dela, que adorou minha negação quando não aceitei um pouco.

Comi um burrito e meio taco. E depois que terminamos, voltamos para a frente do sofá, para mais uma rodada de filme.

*

Saí da casa de kim mais cedo que o planejado, já que a noite um contatinho que ela tinha, mandou uma mensagem para ela e como uma cachorrinha ela foi correndo atendê-lo e me expulsando da sua casa.

Voltei de táxi para o apartamento de Dylan um pouco brava, mas eu tinha certeza que isso passaria e Kim faria de novo, tornando isso em um ciclo vicioso. Dei risada no carro, o motorista me olhou sem entender.

O trânsito estava um caos, e uma viagem de meia hora se transformou em uma viagem de quase uma hora e meia.

Cheguei ao prédio, cumprimentei o porteiro do plantão da noite. Peguei o elevador privativo, como o habitual, mas quando tentei destrancar a porta de vidro que separa a entrada da casa, a porta já estava destrancada.

Uma música bem extravagante e alta tocava, entrei devagar no apartamento, Uma taça de vinho estava pela metade. Por que Dylan mentiria para mim, passei por todos os cômodos da casa, constatando todos vazios, mas a música continuava e não seria uma música que Dylan ouviria, senti um frio na barriga de medo e peguei o celular para chamar por ajuda.

Cheguei ao nosso quarto, minhas roupas estavam reviradas pelo quarto todo e a música alta vinha do banheiro. Com o coração disparado entrei no cômodo, a primeira coisa que reparei foi em uma caixinha de som ligada não pia e uma pessoa na banheira. Desliguei a música e a pessoa imersa na aula se levantou.

Minha surpresa foi total quando Lucy, emergiu com um sorriso malicioso nos lábios.

Ficamos uma encarando a outra em total choque. Que logo foi substituído pela fúria.

一 Você invadiu a minha casa? 一 minha voz saiu esganiçada e alta.

A cara de surpresa dela, deu lugar a um novo sorriso malicioso.

一 Não é sua casa, garota. O dono dela me convidou.

Se eu não tivesse revistado toda a cobertura, eu teria acreditado. Voltei para o quarto morrendo de raiva, hoje ela me daria paz. Cacei por todo metro quadrado daquele quarto algo que me ajudaria. Encontrei um spray de cabelo joga no meio das minha roupas. Voltei para o banheiro com ele em mãos.

Lucy já havia saído da banheira que transbordou por todo lugar. Ela vestia um robe meu. Mirei o spray nela.

一 Saí da minha casa, 一 apertei o spray 一 tire a minha roupa! 一 gritei enquanto o jato do spray saia.

Ela também gritou e saiu correndo do banheiro, escorregando em alguns lugares.

Fui atrás dela, ainda com o spray em mãos.

一 Sua pirralha desgracada! Pare com isso!

Fiquei ao lado de uma estante de livros enquanto apertava o spray contra ela.

一 Saia daqui Lucy.

O pray começou a falhar e ela tirou os braços da frente do rosto.

一 Isso tudo é ciúmes Mia? Só porque Dylan estava se divertindo comigo?

一 Dylan não estava aqui! Ele me avisou que chegaria mais tarde.

一 A bobinha acredita nisso? Dylan sempre me quis e sempre vai me querer.

Isso era a única coisa que não me importava agora.

一 Aparentemente ele não sente sua falta Lucy, pois vive correndo atrás de mim.

O spray acabou e ela começou a andar até mim,me senti indefesa e joguei nela o vidro, Lucy desviou e veio até mim mais rápido.

一 Paixão momentânea, querida, você não é a primeira que entra no meu caminho e não vai ser a última que eu vou retirar dele. 一 ela disse sem chegar perto de mim, apenas voltou para a distância que estava de mim.

Ela olhou por todo lado, com eu fiz enquanto procurava algo para me proteger dela.

Sem encontrar nada, ela olhou para meu lado e riu, antes que eu percebesse o que ela estava prestes a fazer, Lucy já segurava a estante de livros e puxava para cima de mim.

A última coisa que eu vi, já quase desmaiando no chão com todos aqueles livros por cima de mim, era Dylan chegando, sentia uma dor enorme na barriga e apaguei. 

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora