CAPÍTULO 39 - TRÉGUA E AMOR

23.6K 1.5K 48
                                    

DYLAN

Eu nunca pensei que fosse dizer isso antes. Ainda mais de livre e espontânea vontade. Quer dizer, eu nunca diria se não tivesse sido dito por ela primeiro. E eu nunca pensei que ela diria, pensei que ela me odiasse na realidade. Se assim fosse, seria com razão, mas não é.

Ela me ama. E eu também amo ela.

— Você me lambeu? — ela perguntou.

Senti vontade de rir da cara dela e dá minha também, que atitude perfeita para o momento, mas eu precisava concretizar tudo que eu estava sentindo antes.

— Eu também amo você.

Em momento algum eu tinha constatado isso. Se me perguntassem eu diria que era um carinho excessivo, depois riria e diria que era só amor de boceta, é eu sei, ainda sou baixo a esse ponto. Porém ninguém me perguntou, nem mesmo Mia, ela só jogou no meu colo sua declaração, e eu precisava dizer algo.

E sem perceber eu disse que a amava. Pareceu tão certo, é tão certo, que todas as questões que eu tinha na minha cabeça foram respondidas. Eu estava perdidamente de quatro por ela. E não estava sendo tão ruim como eu imaginei que seria.

O silêncio reinou na sala. Ela ficou me olhando por vários segundos. Eu ainda segurava seus braços. Ela me abraçou e depois de quase três dias, eu consegui respirar livremente.

Meu dia tinha sido uma merda, para começar antes mesmo de amanhecer, já que eu não tinha visto quando Mia chegou. Fui direto para o quarto dormir.

Eu não estava entendendo o que estava acontecendo comigo.

Estava fingindo ou talvez não, mas essa turbulência em que Mia e eu estávamos metidos e ver o sofrimento dela, me afligia. E depois de todo tempo bom que vivemos sem nenhuma nuvem negra sobre nós, viver assim, mal nos vendo ou ela fugindo de mim, estava acabando comigo.

Preferi dormir a ter que ver ela fugindo de mim novamente. Não adiantaria insistir, mais uma vez eu iria esperar o tempo dela.

Talvez isso fosse um castigo do universo, tantos anos fazendo os outros sofrer, eu estava assim, faltando pouco para estar de quatro por uma garota de dezoito anos.

Cheguei a dar risada sozinho no escritório. "Quase de quatro", eu estava completamente de quatro. A que ponto cheguei, no fundo do poço. Porque naquele momento, estar de quatro por ela só tinha trago sofrimento. E eu estava tão arrependido mais do que qualquer outro arrependimento. Se é que eu já tive algum.

Eu não tinha quase nada de muito importante para fazer na empresa, mas preferi ir e ficar. Pelo menos o pouco de trabalho que eu tinha ocupava minha cabeça. Mas já era quase hora do almoço e eu seria obrigado a sair e comer ou morrer de desnutrição.

E depois de empurrar todo o dia de merda que eu tive, nunca imaginei na melhor das hipóteses, estar aqui, com Mia.

— Eu estou com vergonha agora.

Me ajeitei melhor no sofá, parecia que um peso tinha sido arrancado das minhas costas. E me deitei com ela ainda no meu peito, olhei para Mia e ela estava com os olhos fechados.

— É tão ruim me amar? — dramatizei um pouco.

Ela riu e disse:

— Por enquanto não, mas pelo que eu entendo de amor, acho que nunca vai ser. — ela disse ainda de olhos fechados.

— E você entende muito de amor? — eu retruquei achando engraçado o rumo para que estavamos indo. — Com dezoito anos eu não sabia de muita cois... Acho que não foi uma boa me declarar para uma garota de dezoito anos. — consciência pesada falou por mim.

Quando na minha vida, eu estive com a consciência pesada?

— Não tem como desdizer uma coisa Dylan, disse está falado — ela disse abrindo os olhos e sentando entre minhas pernas. — Você está falando sério.

— Você é muito jovem, não viu nada dá sua vida, nem fez faculdade, costumam dizer que a melhor época da vida de alguém é a faculdade e você ainda nem fez!

— Para, para. Eu preciso só de uma preocupação na minha vida, se isso que costumam dizer for verdade, quem disse que eu quero fazer faculdade? Para de sofrer por antecedência!

— Nosso contrato está chegando no fim, você quer remarcar o nosso casamento ou quer namorar como dois adolescentes?

— Não podemos fazer às duas coisas? — ela me respondeu com outra pergunta, sorrindo de orelha a orelha e voltando a deitar-se em cima de mim.

Eu sorri, porque eu estava feliz e porque o sorriso dela me contagiava, e era isso que ela sempre teria no rosto, um sorriso proporcionado por mim. 

----------

Oi gente!!

Esse é o ultimo capitulo antes do epilogo. 

Então não percam. 

E me sigam no Instagram:  

Tchau!

Casamento de um CafajesteOnde histórias criam vida. Descubra agora