A metamorfose de patrões e empregados.

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Tacava é um funcionário de uma pequena empresa com uns 20 funcionários. Certa vez em atendimento a uma pesquisa que queria saber dele como funcionário de uma empresa pequena a mais de 30 anos o que ele achava da diminuição da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Tacava respondeu a entrevista da pesquisa dizendo que quando a carga horária mudou de 48 para 44 horas ele até achou que foi importante pelo fato que as pessoas passaram há sair uma hora mais cedo nas sextas feiras; em alguns casos só aumentou uma hora a mais de bebedeiras nos botequins. Tacava comenta que existe um discurso, inclusive de sindicatos cujo discurso é que com a diminuição da carga horária surgiriam mais vagas de emprego.

No entendimento de Tacava essa logística é totalmente dúbia e interessa muito mais aos patrões do que aos empregados. Isto porque em razão da diminuição da carga horária os patrões vão aproveitar para fazer os seus arrochos aos seus empregados que antes ainda não existiam. Segundo, Tacava as relações, patrões empregados, especialmente, nas firmas menores é quase uma relação de pais e filhos; onde os patrões pagam muitos impostos e talvez por conta disto paguem salários bem pequeninhos para os seus funcionários. E talvez também por conta disto, esses patrões são mais generosos e até deixam esses funcionários fazer horas extras, mesmo não tendo maiores necessidades, entre outras generosidades.

Ainda dentro desse procedimento o patrão que nunca joga para perder eles aproveita dessa credencia com o funcionário e exige dele esforços e dedicação e com essa disponibilidade a eficiência cresce e às vezes um funcionário vale por dois ou mais e ambos saem ganhando. Com a diminuição da carga horária penso que para os patrões faz pouca diferença; e surge até uma oportunidade deles aproveitarem a oportunidade para fazer alguns ajustes significativos: ou seja, alem de não aumentar as vagas de trabalho nas empresas como sinaliza alguns discursos.

As maiorias dos patrões aproveitam a oportunidade para romper com a aquela convivência patrão empregado de generosidade quase paternalista, para uma convivência mais técnica, mais fria e mais distante. Nesse novo modelo de convivência os patrões já fazem os seguintes ajustes: a maioria das empresas praticamente acabou com as horas extras; os patrões passaram a ser mais rigorosos com os atrasos e faltas no trabalho, não bem justificadas dos seus funcionários; inclusive restringindo certos tipos de atestados médicos. Em alguns casos o direito a vales refeição são facultativos e as restrições de benefícios podem se estender a outros benefícios não obrigatórios pelos os patrões, como, por exemplo, os planos de saúde etc.

No entendimento de Tacava que sempre foi sindicalizado a instituição sindicato se não quiser se tornar obsoleta e ultrapassada não pode perder a sua originalidade objetiva cuja finalidade é o desafio de organizar e viabilizar as melhores e possíveis condições de trabalhos, mas para isto é preciso modernizar para evoluir nesse processo. No entendimento de Tacava as instituições sindicatos no Brasil e talvez no mundo precisem ser repensadas. No entendimento de Tacava quando a instituição sindicato vira empresas ou se transforma em partido político ela deixa de ser sindicato, pois os objetivos passam serem outros, e as finalidades também. No entendimento de Tacava a instituição sindicato no modelo que está aí, estão tão capitalistas selvagens quanto os patrões, eles estão incorporados nos mesmos sentimentos dos empresários, e de forma inconsciente vão deixando os trabalhadores mais humildes ao relento do abandono. Ainda neste procedimento invés de desenvolver uma sociabilidade para quem ganha menos e assim ajudar diminuir as desigualdades sociais e trabalhistas; o modelo de sindicato que aí está fomenta ainda mais as demandas o que vira conflitos entre patrões e empregados; o que só contribui para entupir a justiça de processos trabalhistas que quase sempre não resulta em nada.

Neste procedimento de política empresarial a instituição sindicato perdeu totalmente a feição pelos os trabalhadores mais humildes e sacrificados, e procede na mesma logística capitalista de que "quem tem põe e quem não tem tiram", ou seja, a instituição sindicato não cumpre a sua original função que seria de fazer uma melhor racionalização do procedimento da vida trabalhista. Nesse procedimento não deve ser muito difícil fazer sindicalismo no ABC Paulista nas montadoras de automóvel milionárias onde uma faxineira ganha mais do que um medico aqui fora, e os sindicatos querendo cada vez mais.

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