A Diamante

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Sicília, Itália, 2009

Um ano se passou e aqui estou eu com 18 anos, mais lindo do que nunca!

Se estou triste por estar completando dois anos de falecimento dos meus pais? Estou, mas digamos que eu esteja aprendendo a lidar melhor com essa situação.

Estou triste por ter perdido as minhas aulas com a Laura, ainda bem que o Riccardo ainda tem e eu posso admirá-la, ainda que te longe.

Em falar em admirar, ainda passo no orfanato com a esperança de ver a Marinne, não é sempre que a vejo, mas sempre que acontece o meu coração dispara. Ela está cada vez mais bonita, se é que isso é possível.

Não falo muito com o Lorenzo, apenas o essencial porque ele já demonstrou não ser confiável. Para mim, o Christian deveria expulsá-lo da máfia, mas ele não quer.

Ele tenta demonstrar para os outros o quanto é forte, o fodão, mas poucos conhecem o coração bom que ele tem, poucos conseguem ver isso e eu consigo.

Christian sabe que a partir do momento em que ele o expulsar da máfia, Lorenzo poderá ser facilmente morto. Lorenzo já sofreu muito na vida, fator que pode ter feito com que ele ficasse dessa forma.

Christian entrou no meu quarto.

" Está pronto, seu cuzão? Está na hora de você comer uma boceta!"

"Como eu estou?" Perguntei. Estou tão nervoso. Passei o mês passado todo assistindo vídeos do Pornhub para tentar não fazer feio.

"Não sou viado." Christian respondeu de modo teatral. Caí na gargalhada porque lembrei que ele tinha me feito essa mesma pergunta no ano passado.

"Falando sério, você está legal. Ainda mais com a jaqueta foda que eu comprei para você de presente." Sorri.

"Christian... deu tudo certo na sua primeira vez?" Perguntei meio sem jeito. Estou me superando no quesito gay hoje, mas é porque estou inseguro.

"Fiquei nervoso, mas a Leila soube ser paciente comigo."

"Entendi."

Descemos as escadas. "Isso não é justo! Eu tenho 16 anos, poderia muito bem ir junto. Vou ficar nessa mansão sozinho enquanto vocês se divertem comendo mulher?" Riccardo disse indignado.

"Vai no beco e brinca de tiro ao alvo." Christian piscou o olho.

"Seu conceito de diversão é um pouco estranho. Diversão para mim é mulher, vídeo game e futebol." Riccardo respondeu.

"Eu prefiro comer mulher do que matar, mas como você não pode comer, eu se fosse você, seguiria a sugestão do Christian." Lorenzo disse.

"Já disse que não. Não mato por diversão, não mato de graça." Riccardo disse.

"Vai jogar, então." Christian disse.

"Eu vou." Riccardo subiu emburrado e nós entramos no carro.

Chegamos no cabaré.

As paredes eram vermelhas, o ambiente era pouco luminoso, dando uma sensação maior de aconchego.

Aquele vermelho era como imã, nos puxava cada vez mais para aquele ambiente e não dava vontade de voltar para a cruel realidade que nos espera porta a fora.

Segreto PiacereOnde histórias criam vida. Descubra agora