Dia de cão

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“Salvatore, eu não posso contar a verdade para o meu filho. Como eu posso contar para ele  que o pai dele fez o que fez?” Leila disse com um tom de preocupação na voz.

“Mas se você não contar, o Fabrício pode querer se aproximar do seu filho para sequestrá-lo. Você sabe muito bem do que o Fabrício é capaz de fazer, isto é, caso ele sobreviva ao tiro.” Disse mais preocupado ainda.

“Prefiro correr o risco. Ele é muito novo para saber de uma história dessas! Vai sofrer muito.” Leila disse. Teimosa que só ela.

O meu celular começou a tocar.

“Oi, mãe!” Sorri.

“Meu, filho! Ainda está fazendo hora extra? Está tão tarde! Estou preocupada.”

“Desculpa por não avisar, mas eu já fiz a hora extra e estou na casa da minha namorada.”  Disse.

Não estou acostumado a dar satisfações da minha vida para ninguém, mas agora vou ter que começar a aprender a dar. Eu tenho uma família.

“Ah! Você está com a minha filha, Leila!” Minha mãe disse. Será que essa confusão mental não vai passar nunca?

“Não, mãe. Ela não é a sua filha.” Eu disse com uma impaciência notória na voz.

“Entendi. Eu só tenho um filho que é você. Vou te esperar.”

“Daqui a pouco estou aí. Não precisa me esperar acordada. Beijos.”

“Beijos, meu amor.” Desliguei.

“Você não vai dormir na mansão comigo?” Leila perguntou.

“Não. Isso é um momento só seu com o seu filho.” A dei um selinho.

“Chegamos, amor.” Disse. Saímos do carro.

“Christian, o Fabrício morreu?” Leila perguntou assim que o Christian saiu do carro.

“Está vivo. Pelo menos, ninguém  me ligou avisando que ele morreu.” Ele revirou os olhos. Tomara que agora esteja morto.

“Viu o Francesco?” Perguntei preocupado. Se o Francesco viu a escuta, pode reagir mal à desconfiança do Christian.

“Ele disse que teremos que conversar sobre o que eu fiz.” Christian disse sério. Isso não vai dar certo.

“Não vai limpo para esta conversa.” Disse.

“Nem sou louco de ir, embora eu ache que seja apenas uma conversa mesmo.”

“Quer que eu vá junto?” Perguntei.

“Não precisa, irmão. Eu dou conta do meu pai. Vamos entrar?” Christian perguntou para nós dois. Assenti com a cabeça e a Leila também.

Christian abriu a porta e nós dois começamos a olhar de um lado para o outro para ver se está tudo ok. O Fabrício pode ter aprontado alguma coisa.

“Está tudo tranquilo, aparentemente.” Christian disse para mim e eu assenti com a cabeça.

“Leila, sobe e vai falar com o Passarinho. Tenho assuntos para resolver com o Thomas. Se tiver algum problema, não hesite em matar.” Disse.

Segreto PiacereOnde histórias criam vida. Descubra agora