A fuga

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“Queria poder ter visto os meus pais uma última vez, ter me despedido deles direito. Isso não é justo!” Cruzei os braços como se fosse uma criança birrenta.

“Você é menor de idade, fizemos o reconhecimento por você. Se eles não estivesse desfigurados, certamente você poderia tê-los visto.”

“Desfigurados.” Repeti tentando fazer com que a ficha caísse. Meus pais estavam desfigurados.

Após um bom tempo em silêncio, Gianny resolveu quebrá-lo. “Sabe que a partir de hoje vai demorar um pouco para a gente se ver, né?

Assenti com a cabeça e ela apertou o meu pau. “ Espero que esses dois anos passem rápido.” Ela disse mordendo os lábios.

“Eu também.” Respondi.

Ela pegou o celular e fez uma ligação: “Nick, estou com tesão. Estou passando aí na sua casa. Me espera.” Ele falou algo que a fez sorrir e ela desligou o celular.

Como eu queria, mas eu não sei como fazer... talvez seja melhor ficar com alguma garota virgem para que ela não exija muito de mim.

O homem tem que saber dominar, tem que saber fazer gostoso, não vou conseguir foder com uma mulher feito a Gianny. Ela sabe o que um homem faz, Eu apenas vejo fotos na revista e mentalizo para que eu não seja ruim de buraco, para que eu não broche e que ela não reclame.

“Chegamos.” Ela disse sem ânimo.

“Tchau.” Eu disse.

“Tchau.” Ela ia me dar um beijo no rosto, mas eu virei e nos demos um selo. O meu coração disparou. Tive vontade de beijá-la de verdade. Isso eu sei fazer direito porque já beijei outras garotas, mas é como se eu tivesse fazendo algo proibido, algo errado.

Ela é negligente, é cruel. Eu não poderia sentir nada por ela, mas o meu pau sente. Ela mordeu os lábios e se afastou. Abriu a porta do carro e eu fiz o mesmo.

Ela tocou a campainha. “Oi, Célia. Não posso entrar. Estou atrasada. Tchau.” Ela parecia nervosa. Eu mexo tanto com ela assim?

Célia não teve tempo para  responder e a assistiu arrancar com o carro e se afastar do orfanato.

“O que houve no cemitério, Salvatore?” Célia me perguntou com um tom de curiosidade.

“Ela recebeu uma ligação de alguém e disse que iria encontrar essa pessoa assim que  me deixasse aqui." Respondi como se eu não soubesse de nada.

“Entendi. O horário de almoço, lanche e janta já passaram. Quer fazer um lanche? Lembrando-se que é a última vez que você come fora do horário aqui.”

“Quero sim. Obrigado.” Disse.

“Bom, você já sabe onde fica o refeitório. Faça o seu lanche e lave o prato. Vou subir, qualquer coisa é só me chamar.”

“Tudo bem.” Sorri e ela subiu.

Pensa num adolescente com muita fome? Pensou? Agora lembre-se de que o adolescente em questão é homem e multiplica a fome por mil. Pois é, é a fome que eu estou sentindo no momento.

Segreto PiacereOnde histórias criam vida. Descubra agora