Trinta e três

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Não conseguia lembrar exatamente com o que estava sonhando, mas eu acordei assustado, precisando tampar a boca no último instante para não gritar.

Ainda estava escuro e me senti cego até acostumar-me com a falta de iluminação e conseguir enxergar suavemente a silhueta de alguns móveis, mas estava tudo tão escuro que era praticamente impossível distinguir-los.

Demorei alguns segundos para me recompor, zonzo, sem sequer conseguir raciocinar direito.

Respirei profundamente esperando que minha respiração o acordasse e ele pudesse me ajudar. Tateei a cama ao meu lado, sentindo o meu rosto franzir imediatamente procurando pelo abajur atrás de mim.

Ele não estava lá.

Foi praticamente automático. Senti meu coração acelerar de uma forma quase drástica, o ar fugindo dos meus pulmões. Meu corpo estava pesado, e eu me sentia realmente tonto, quase como se fosse desmaiar. Uma sensação de fraqueza que piorava á medida que meus batimentos ficavam mais rápidos.

Eu não podia dizer que aquela reação era apenas por ele. Não era. Definitivamente não era. Era algo a mais. Vindo de dentro de mim.

Porém, o que se passava na minha cabeça era: por que ele havia ido embora? Eu fiz algo errado?

Não conseguia lembrar quanto tempo havia passado. Quantos dias. Estava praticamente perdido quanto aquilo.

O abajur não acendeu e eu tentei levantar, me apoiando no criado-mudo, minhas mãos tremendo ao ponto de derrubarem algo.

Meus pés entraram em contato com o piso frio e eu soltei um pequeno grunhido, franzindo o rosto para aquela sensação. Cambaleei, tentando me mover, usando os móveis para me guiar.

Porque não havia luz? O que estava acontecendo?

Consegui ouvir algo vindo do andar de baixo e tentei gritar por ajuda, descobrindo, em choque, que a minha voz simplesmente não saia, como se estivesse engasgado, ou o ar não pudesse chegar aos meus pulmões.

Tropecei em algo na minha trajetória para fora do quarto e choraminguei, sentindo-me levemente em pânico.

Porque as coisas não estavam nos lugares que deveriam estar?

Dei mais alguns passos para frente, me sentindo como uma criança aprendendo a andar, tendo cuidado para não bater em algo novamente.

Meus dedos tocaram uma superfície gelada, que eu quase imediatamente descobri ser a maçaneta. Me esforcei para girá-la, lutando contra o peso dos meus braços e o tremor das minhas mãos, tendo dificuldades para recuar alguns passos e puxar a porta.

Andei em frente novamente, notando que não era um corredor ali, como deveria ser, meus braços esticados á frente do corpo, para que eu pudesse saber quando tivesse algo no caminho.

Ouvi vozes no andar de baixo outra vez, parando de andar por um segundo para me concentrar e tentar descobrir de quem eram, me surpreendendo ao reconhecer a voz do meu pai.

Tentei forçar a garganta novamente, mas o que saia não passava de um resmungo baixo, praticamente impossível de ser ouvido.

Bati com o máximo de força que eu podia exercer em uma superfície de madeira que eu havia tocado, esperando que alguém pudesse ouvir. As vozes continuaram e eu respirei fundo, trêmulo, virando á direta e voltando a andar.

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