Como se tudo que eu tivesse vivido fosse solitário demais...

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-Olha pra mim, Brendo.

Neguei com a cabeça.
-Por que você não está olhando para a sua mãe ainda?
-E-eu não quero... que você me... odeie!

Falei em meio aos suluços e ouvi um suspiro.
-Como eu poderia te odiar por um motivo tão fútil como o de quem você gosta ou não?! Eu só... fiquei um pouco surpresa.
-Desculpa...

Senti uma batida no meu braço.
-Para de pedir desculpas por gostar de uma pessoa! Eu... nenhuma mãe cria seu filho para descobrir que ele gosta de alguém do mesmo sexo, porque não é algo natural. Nós pensamos que é "homem com mulher" e fechamos nossos olhos para todo o resto, então é natural eu ficar surpresa, mas... não vou odiar meu precioso filho, que aguentei nove meses na barriga e criei por mais tempo que você pode imaginar, por causa de uma escolha.
-N-não vai?!
-É claro que não! A vida... é feita de escolhas e amar nunca vai ser uma coisa errada; além do que você já fez coisas piores do que gostar de um cara e ainda é meu filho.

Ouvi ela dando uma risadinha e sorri enquanto soluçava, incapaz de parar de chorar.
-Mas...- minha mãe continuou- como é o rapaz?

A olhei pela primeira vez em um tempo.
-Ele é a melhor pessoa que eu já conheci! Ele pode ser meio louco e querer se afastar por alguns motivos sem sentido às vezes, mas ele gosta demais de mim e cuida, até demais, de tudo que tem relação comigo. Eu, sinceramente, não sei porque eu gosto dele, mas eu simplesmente sinto que não posso mais voltar a ficar sem ele, sabe? Como se tudo que eu tivesse vivido fosse solitário demais...

Ela me olhou com brilho nos olhos, e eu a questionei mentalmente por isso.
-Era exatamente assim que eu me sentia quando me apaixonei pelo seu pai.

De Repente... Gay?! Onde histórias criam vida. Descubra agora