Um dia diferente

9.2K 1K 1K
                                    

Acordei tomando um susto danado, com o Taehyung caindo em cima de mim.

– Ah, o que foi? – Perguntei quando ele enfiou debaixo da coberta, na intenção de se esconder. – Taehyung, o que aconteceu? – Ele estava ofegante e eu sentia uma dor forte na cintura, onde ele havia dado uma joelhada ao tentar subir na cama.

– T-tem uma coisa. – Ele falava desesperado e eu já estava ficando nervoso.

– Que coisa? – Me sentei na cama e tentei acalmá-lo, já que ele colocou um travesseiro na cabeça.

– U-uma p-pi-piranha no cabelo.

– O quê? – Eu não entendi nada do que ele disse; na verdade entendi algo muito sem sentido. – O que foi? – Puxei o travesseiro de cima dele e fitei seus olhos assustados. – Tae, fica calmo, me fala o que aconteceu.

– Tem uma aranha no banheiro. Mata ela por favor?

– Uma aranha? – Perguntei incrédulo.

– Aham. – Taehyung balançou a cabeça em sinal de nervosismo e eu me toquei de que ele não estava brincando.

– Tá, fique aqui. – Levantei da cama e caminhei até o banheiro, não encontrando absolutamente nada. – Onde ela está?

– Perto do box. – O ômega choramingou de dentro do quarto e eu me aproximei do box, encontrando uma aranha minúscula, que se eu não a tivesse procurando, ela podia passear na minha cara, que eu não iria vê-la.

– Você está brincando comigo, não está? – Resmunguei. – Venha aqui e me mostre se é essa mesma.

– NÃO. É essa daí.

– Taehyung, olha o tamanho desse bicho. Se você espirrar perto dela, ela morre.

– Mentira. Ela é enorme. – Ele tinha a vozinha de choro e eu comecei a achar graça naquilo tudo.

Tudo bem, talvez eu exagerei em dizer que a aranha era minúscula. Ela era amarela e tinha as patas compridas, mas não era pra tanto. Peguei a aranha e coloquei num vidro que tínhamos no banheiro.

– É essa aqui? – Caminhei até o quarto com o vidro na mão.

– SAI DAQUI COM ESSE BICHO, JUNGKOOK.

– Olha se é essa. Se não for, eu tenho que procurar a que você viu.

– É essa. Reconheceria esse amarelo de longe.

– Tudo bem. – Cheguei na porta do banheiro e deixei a aranha em cima da pia. – Não vou matá-la. Depois eu entrego pro Namjoon e ele faz o que quiser com ela.

– Devia matar. – Ele resmungou e abraçou um travesseiro.

Me sentei de frente para ele e tirei seus cabelos da testa. Tae estava visivelmente suado e tremia feito bambu verde.

– Calma. – Sussurrei. – Já peguei a aranha.

– O-obrigado.

– Você me machucou. – Reclamei e levantei minha blusa, vendo que minha cintura tinha ficado com um tom arroxeado, onde eu tomei a joelhada.

– Desculpa. – O ômega levou as mãos trêmulas e frias para o lugar e acariciou ali, fazendo a dor cessar automaticamente.

– Então você tem aracnofobia? – Perguntei com um tom de voz calmo.

– Tenho. – Tae falava baixinho, como se a aranha fosse ouvi-lo e sair correndo de dentro do vidro para ataca-lo.

– É por isso que você ficou morrendo de medo de entrar na pedra comigo aquele dia e ficou com medo de caminhar pelo alojamento de madrugada, quando fizemos o piquenique?

Link (kth + jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora