Festa de reconciliação

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– Jungkook? – Me interrompeu de novo.

– Oi?

– Obrigado pelos sapatinhos e por estar aqui comigo! – Tae tirou os sapatinhos da sacola e me fitou. – Sapatinhos azuis... – Sussurrou e me abraçou muito forte, bem forte mesmo.

– Eu é quem devo te agradecer... – Deixei minhas lágrimas descerem pelo meu rosto e retribuí o abraço.

– E tem mais uma coisa! – Falou sério e me olhou bem nos olhos.

– O que?

– Obrigado por ser a minha Borboleta Azul.

Inicialmente, eu fiquei estático. O meu ômega estava na minha frente com aqueles olhinhos brilhantes, esperando alguma reação ou fala da minha parte, mas a única coisa que eu fiz, foi abraça-lo novamente.

Quando senti os braços do Tae envoltos no meu pescoço, eu desabei a chorar igual a um bebê. Eu não sabia o que pensar, o que falar e nem o que fazer. Eu o segurei com firmeza e deixei que minhas lágrimas saíssem, junto com soluços e resmungos bem sonoros diga-se de passagem.

– T-Tae? – Funguei. – V-você ouviu? – Tive coragem para perguntar.

– Ouvi. – Ele respondeu baixinho, com o tom de voz quebrado pelo choro. – Eu queria tanto te responder...

– Eu não acredito. – Apertei meus olhos e mais lágrimas saíram.

Eu sentia um misto de sentimentos, que eu acho que nunca conseguiria explicar. Ele havia ouvido tudo o que eu disse, e isso me deixava muito feliz, por ele saber que eu não falei nada por interesse algum, já que para mim, ele não estava ouvindo. Mas apesar de me sentir aliviado por ele saber de tudo e o quanto eu estava arrependido, eu me sentia mal, por ele ter ouvido minhas lamentações.

– Kook, vem cá? – Ele desfez o abraço contra a minha vontade e me puxou para o sofá. – Não chore? – Se sentou ao meu lado e eu não tive coragem de olhar nos seus olhos, escondendo então, o meu rosto entre as mãos. – Olhe para mim?

Eu não conseguia responder. Eu fui pego de surpresa e, eu acho que o tanto que eu segurei para não chorar nesses dias, eu deixei tudo sair agora. Tudo.

– Kook, olha para mim, por favor? – Tae se aproximou e puxou minhas mãos, antes de tocar meu rosto e me fazer virar para ele. – Você disse que queria dizer tudo olhando nos meus olhos... eu estou aqui agora.

– Desculpa, Tae? – Falei. – Mas eu acho que não vou conseguir falar nada. Não agora.

– Eu posso falar, então? – Perguntou e eu assenti. – Eu não tinha certeza se eu tinha ouvido. Eu acordei muito confuso. Enquanto eu dormia, eu conseguia te ouvir, como se você falasse comigo tirando um cochilo; mas depois que eu abri os olhos, eu fiquei meio perdido e confesso que nem consegui raciocinar direito na hora, do porquê de eu estar no hospital. Eu acordei e pensei que tinha sido tudo um sonho. Mas depois, as coisas voltavam muito nítidas na minha cabeça e eu lembrei da força que eu fazia para acordar, mas não conseguia. Nesses dias, eu queria tanto abrir os olhos e te dizer que eu estava bem... mas só o seu beijo me deu forças para isso.

– Jura? – Senti uma onda de felicidade tomar conta de mim, me fazendo sorrir entre os soluços do choro.

– Quando eu senti o seu beijo, eu pensei que eu deveria acordar por você e pelo nosso filho. Você me passou uma força tão grande com aquele beijo...

– E eu não ia te beijar. – Confessei. – Eu tive medo de ser desrespeitoso, porque nós terminamos e eu te beijaria sem o seu consentimento.

– Obrigado por beijar. – Ele me disse com um sorriso tímido nos lábios. – Eu tive tanto medo de não ter a chance de fazer isso de novo. Eu estava sentindo tanto a sua falta...

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