Alívio ou não

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Taehyung não saiu da enfermaria no mesmo dia em que foi para lá, como Namjoon havia dito que aconteceria. Ele voltou para o quarto na manhã seguinte e eu achei melhor esperar um pouco do lado de fora e deixar ele ter um tempo só para ele.

– Para de tremer, Jungkook. – Jin ria de mim, ao ver meu nervosismo.

– Eu estou nervoso. – Falei.

– Ah jura? Não tinha percebido isso. – Yoongi gargalhava com a minha reação. – Calma, Jungkook. Está nervoso só porque você anunciou para o alojamento inteiro que o Tae é seu ômega e agora todo mundo quer saber se você o marcou?

– Não está ajudando, Yoongi. – Ri soprado e encarei o outro. – Eu vou entrar.

– Não é melhor esperar mais um pouco? – Jin me olhou desconfiado.

– Eu não vou machucá-lo. – Admiti.

– Pode ir, Kookie. – Namjoon sorriu e abraçou Jin. – Mais cedo ou mais tarde você vai ter que entrar e conversar com ele.

– Não esqueça de contar que você é um lúpus. É melhor você contar, do que ele ficar sabendo pelos outros. – Yoongi me advertiu.

– Tudo bem. – Assenti e virei as costas.

– E, Jungkook? – Yoongi me chamou de novo. – Se você realmente gosta dele e quer tê-lo como seu ômega, fala com jeitinho, tá? Se não ele vai tentar te matar. – O loiro disse sério e eu não contestei.

Obviamente, eu não duvidava de que isso realmente poderia acontecer.

Caminhei devagar até o nosso quarto e ao encostar na maçaneta, pude sentir a presença forte dele lá dentro. Abri a porta e entrei bem calmo, encontrando o outro de frente para o quadro que eu e a Minzy colamos. Dei dois passos e parei na frente do guarda-roupas, juntando as mãos na frente do meu corpo e esperando algum tipo de reação do ômega.

Taehyung permaneceu imóvel por mais alguns segundos, mas depois respirou fundo e se virou devagar na minha direção. Só aí que eu pude ver o quão machucado ele tinha ficado. Minzy curou as feridas, mas as marcas ainda estavam lá.

Fiquei estático, observando aquele olhar triste do outro, mas de repente, ele começou a chorar. Tae desfez aquela pose de uma pessoa forte, e apoiou a mão na barriga – provavelmente pelas dores que sentia – e deixou que as lágrimas saíssem, sem vergonha alguma.

Eu me senti tão mal ao vê-lo daquele jeito, que eu só pensei em correr até ele e o acolher em meus braços. O mais velho apoiou a cabeça no meu ombro, escondendo o rosto e apoiando os braços no meu peito – sem me abraçar -, e chorou mais ainda.

– Isso, Tae. Chora. Coloca tudo para fora. – Eu definitivamente nunca vi alguém chorar dessa forma. Taehyung não fazia a mínima questão de chorar baixo, ou chorar pouco... ele simplesmente chorou. Chorou tudo o que não havia chorado, desde a época do primo. E eu estava lá, estava lá com ele, estava lá para ele, acariciando seus cabelos e em silêncio, respeitando esse momento.

Depois de mais ou menos uns 15 minutos chorando direto, Tae foi se acalmando aos pouquinhos e ficou em silêncio, apenas com respirações pesadas.

O que eu poderia dizer? Taehyung não era uma pessoa fácil, eu poderia dizer que tudo ficaria bem, mas ele brigaria comigo, eu poderia dizer que o protegeria, mas ele diria que não precisa de proteção, eu poderia dizer que gosto dele, mas ele se afastaria de mim...

O que dizer e o que fazer?

Tentei me afastar o mínimo dele, para poder ver seu rosto, mas ele não deixou. O hyung passou os braços pelo meu pescoço e agora sim, ele me abraçou forte, como se dependesse do meu abraço para viver.

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