Jungkook, o demônio com sentimentos conflitantes

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Naquela manhã, assim que resolvi tentar uma conversa com Jungkook, fiquei temeroso. Existia a possibilidade dele não querer e sequer olhar em minha cara de novo. E isso, com toda certeza, faria meu coração comprimir em meu peito.

Não achei-o em seu quarto como imaginei que faria, seu colega havia dito que ele sequer dormira também, estava irritado demais para isso. E isso fez com que minha vontade de seguir meu plano, se esvaísse um pouco.

Jungkook não estava em nenhuma parte da república, me fazendo crer que havia saído em suas matineiras corridas e não havia nada que eu pudesse fazer até que ele voltasse. Eu só poderia sentir meu coração disparar atormentado com a possibilidade dele chegar a qualquer momento e eu não estar preparado. Não havia nada em minha mente para dizer.

Desculpas seriam inúteis, não me ouviria. Mas eu queria entender o lado dele, queria que ele me fizesse entender tanto os sentimentos dele quanto os meus. Mesmo que não fosse justo deixar toda a responsabilidade em cima dele. Eu entendi que era complicado para ambos, e alguma hora, seria inevitável não bater o dedo na tecla desse problema.

Jungkook também não voltou para república nem mesmo quando o horário de aula começaria, talvez estivesse com Hoseok, provavelmente, querendo nunca mais olhar pra mim. Eu queria mesmo entender parcelas do que ele sente, queria entender mesmo. Mas eu continuava, insistentemente, a pensar no quanto isso não tinha muito a ver com ele.

Eu não conseguia ver Jungkook desse jeito, como se tivesse mesmo sido atingido por minhas palavras. E eu sequer conseguia comprovar isso.

- Ele está dançando, Jimin - Encontrei com Jin quando estava no corredor de sua área - Está lá desde manhãzinha.

Era sempre assim, não é? Jungkook jogava seus problemas e raiva na dança, desgastando seu corpo com exercícios

- Ele parece diferente?

- O pai dele veio conversar com ele, acho que não está muito disposto à nada.

Suspirei pesadamente. Agora tinha o pai para piorar seu humor, querendo manipular a mente do filho. Isso me deixou apreensivo por um momento, Jungkook estava irritado, uma conversa com o pai poderia fazer tudo desandar. Ele poderia até ceder à pressão.

- Ele está sozinho agora?

Jin deu de ombros e me deu um abraço antes de voltar ao seu caminho, que fora interrompido por mim. Merda.

Voltei para onde eu deveria estar desde o início, mas não tive vontade alguma de fazer o que era proposto. Observar o boneco da aula de anatomia me deixava extremamente farto de tudo aquilo. Eu queria compreender o que se passava na minha cabeça, ou talvez um todo geral.

Sentar-me perto da porta, longe do professor, me rendeu algumas horas de reflexão. Eu olhava para o rosto daquele senhor de idade e não me recordava de nada que falava, era como se ele não dissesse nada, realmente. Só a minha mente trabalhava.

Minha mão apoiando minha cabeça me deixou com sonolência e quase atendi o pedido de meu corpo, mas eu seu dormisse... Certamente iria ficar muito agitado por conta de meus problemas. Sonharia diversas veze com as possibilidades das reações de Jungkook, quando eu conseguisse sua atenção.

Entre meio dia, fui capaz de vê-lo caminhando no campus ao lado de Hoseok. Mantinham uma conversa tensa, só pelas suas sobrancelhas franzidas, percebia-se o ar denso de volta dos dois. Foi um dos motivos que me levaram a me encolher na mesa em que estava e deixá-los sumirem do meu campo de visão em torno de três minutos depois. Hoseok também parecia mais sério que o usual, me levando à uma conclusão nada boa.

- Soube que o pai do Jeon veio aqui - Taehyung sentou-se ao meu lado - Foi tenso a coisa.

- O que aconteceu?

O Amigo do Meu CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora