Talvez eu não queira ser chamado. Talvez o silêncio valha mais para os ombros — e o silêncio, o silêncio... Talvez meu nome não faça sentido ou talvez eu nem ao mesmo me conheça. Talvez escrever seja uma válvula de escape ou, talvez, uma caçada desesperada por respostas; mas nem toda resposta pode ser escrita e nem todo devaneio pode ser definido em palavras. Não há nada que reste sem se assemelhar ao silêncio — nem tampouco a mais profunda das respostas.
Não é preciso saber meu nome para saber-se quem sou. Não importa — “apenas segure minha mão e vamos ver a lua; talvez tudo se resolva quando o sol nascer.”
Você pode me chamar do que quiser e, da mesma forma, não encontrará resposta alguma. Podes procurar; e, se achar alguma, me diga onde está.
Mas, dessa vez, pelo menos dessa vez, me chame pelo meu nome verdadeiro.
E talvez, pela primeira vez, as respostas apareçam para nós dois.
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Devaneios
PoetryNão há outro nome com que eu possa chamar meus versos e prosas de maneira correta. São devaneios de uma mente calculista que pensa, e são os devaneios que alimentam a mão para a escrita - então, por que não?