Um poema camoniano no céu
Uma espada carolíngia na terra
Um navio napoleônico no marCanções hibernais sobre copas
Livros não-escritos no chão
Canetas e cordéis na mesaTantas vidas em poucas folhas
Letras gigantes em linhas pequenas
Palavras doces em mesas de madeiraGados vacuns em pastos verdes
Ruas arenosas sob céus de chumbo
Estradas pacíficas em terras azuisNavios que percorrem o mar
Letras quietas que correm as linhas
Fórmulas mnemônicas da Bela EscritaPenas e Lusíadas que dormem no mar
Espadas e flechas que vivem na areia
Naus lusitanas que correm o AtlânticoUma peça de Aristófanes na manhã
Um romance de Dostoiévski na tarde
Uma prosa de Shakespeare na noiteOu uma fábrica de Meyerhold no dia?
Ou uma ilusão de Escher na semana?
Ou um quadro de Dalí na vida?Letras e palavras no viver
As existências que impuseram paz
Escritores e artistas que deram luzÉdipo é rei por gregos eleito
A mão que o escreveu viu seu feito
Não palavras que dormem ao leitoAs obras que regem a vida vivem-se
Obras dos que trouxeram Vida à Folha
Então, que sejamos parteiros de novas vidas
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Devaneios
PoesíaNão há outro nome com que eu possa chamar meus versos e prosas de maneira correta. São devaneios de uma mente calculista que pensa, e são os devaneios que alimentam a mão para a escrita - então, por que não?